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Governo reitera que medidas de austeridade são “contraproducentes” para a retoma económica

O primeiro-ministro, António Costa, refere que esta crise é diferente da que foi registada em 2008 e, por isso, deve ter uma “terapia também diferente” para que este “episódio conjuntural” não crie “danos estruturais na economia e finanças”. 
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14 Abril 2020, 11h15

O Governo considera que todas as medidas de austeridade para dar resposta à crise provocada pela pandemia da Covid-19 são “contraproducentes” para a retoma da economia nacional. O primeiro-ministro, António Costa, refere que esta crise é diferente da que foi registada em 2008 e, por isso, deve ter uma “terapia também diferente” para que este “episódio conjuntural” não crie “danos estruturais na economia e finanças”.

Em entrevista à rádio Observador, António Costa afirmou que a crise sanitária da Covid-19 está a transformar-se numa crise económica e que é urgente “não agravar esta crise económica, sob pena de as consequências serem muito mais profundas e prolongadas”. No entanto, insistiu que se a crise deste ano “é diferente” e “a terapia também tem de ser diferente” e não irá aplicar as medidas de austeridade aplicadas durante os anos da troika.

“Temos de fazer tudo para que seja um episódio conjuntural que não crie danos estruturais na nossa economia e nas nossas finanças. Proteger as empresas, empregos e rendimentos é fundamental evitar destruir para que todos estejamos nas melhores condições possíveis para podermos relançar a economia no fim deste período, que não sabemos até quando é que vai”, defendeu.

O primeiro-ministro acredita que se o Governo enveredar pelo caminho do corte de rendimentos, “os restaurantes podem reabrir mas continuam a não ter clientes porque não têm dinheiro”.

António Costa considera não haver cortes salariais ou pensões bem como um aumento de impostos seria uma estratégia “profundamente errada na atual circunstância”. Sublinhando que há muitas incertezas pela frente, assume, no entanto, que “tudo o que seja medidas de asfixia dos agentes económicos, famílias e empresas serão certamente maus para o futuro”.

O líder do Executivo socialista elogio o entendimento conseguido na última reunião do Eurogrupo para lançar linhas de financiamento para que os Estados “se possam financiar nesta situação de emergência, sem terem recorrer a cortes nas despesas que têm de assegurar ou ao aumentar impostos”.

“É muito importante que se faça o que o Eurogrupo abriu a porta para o Conselho Europeu fazer, que é começar a trabalhar num programa de relançamento da economia, porque é a forma de agir sobre a oferta e a procura sem a estar a asfixiar. Todas as medidas de austeridade seriam contraproducentes nesta fase de relançamento”, reiterou.

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