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Guerra comercial volta a castigar mercado com farmacêuticas em foco

Os novos episódios da guerra de tarifas adensaram o clima de tensão que se regista nos mercados desde que Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas. As principais praças anularam a recuperação de terça-feira, antes de os EUA darem a conhecer novos dados da inflação.
10 Abril 2025, 07h00

As principais bolsas europeias registaram quedas que rondaram os 3% nos índices de referência, na sessão desta quarta-feira. Em Lisboa, o sentimento foi similar, onde a Galp liderou as perdas ao contrair quase 6%.

O índice PSI escorregou 2,85% e só parou nos 6.253 pontos, o que significa que anulou a recuperação do dia anterior e aproximou-se dos mínimos de mais de um ano que atingiu na abertura de segunda-feira.

A Galp Energia foi castigada por descidas superiores a 4% nos futuros dos produtos petrolíferos (à hora de fecho da bolsa) e descapitalizou 5,98%, pelo que as ações terminaram o dia nos 12,42 euros. Ao mesmo tempo, houve descidas de 3,81% para 6,94 euros na EDP Renováveis e 3,67% até aos 2,884 euros na casa-forte do grupo, a EDP.

Seguiu-se uma descida de 5,10% nos CTT, cujos títulos se ficaram pelos 6,51 euros, ao mesmo tempo que a Mota-Engil registou uma correção na ordem de 4,51%, até aos 3,008 euros.

Entre as principais praças europeias, registaram-se tombos fortes, que anularam igualmente os ganhos alcançados na véspera. Foram observadas quedas de 3,34% em França, 3,12% no Reino Unido, 3,00% na Alemanha, 2,91% em Itália e 2,30% em Espanha. O índice agregado Euro Stoxx 50 tombou 3,31% e aproximou-se dos níveis da manhã da primeira sessão da semana, que foram mínimos desde janeiro de 2024.

Na base do pessimismo dos investidores estão novas decisões ligadas à guerra comercial, sobretudo o anúncio da China de que vai taxar as importações dos EUA a 84%. Ao mesmo tempo, a promessa de Donald Trump sobre a aplicação “para breve” de tarifas sobre a indústria farmacêutica mexeu com o setor, de tal modo que a francesa Sanofi caiu 6,98%, o que significa que protagonizou a desvalorização mais expressiva de entre as cotadas do Euro Stoxx 50.

Esta quinta-feira, os mercados europeus vão reagir às minutas da última reunião da Fed (divulgadas às 19 horas de Lisboa de terça-feira). Seguem-se (às 13h30) os dados definitivos sobre a taxa de inflação nos EUA em março, depois da subida homóloga de 2,8% no mês anterior.

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