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“Há 800 indianos no Porto sem documentação para trabalhar”, denuncia associação

“Temos muito milhares de imigrantes aqui que ainda não têm documentos, sendo que ainda vão ser precisos mais imigrantes para trabalhar em Portugal”, destacou o presidente da Associação Solidariedade Imigrantes numa ação de contestação em Lisboa.
Participantes na manifestação “Não deixes que te encostem à parede, marcha” organizada pela sociedade civil contra o racismo, a xenofobia e o preconceito, na sequência da atuação policial na Rua do Benformoso na operação de 19 de dezembro de 2024. Lisboa, 11 de janeiro de 2025. TIAGO PETINGA/LUSA
7 Abril 2025, 10h32

A cidade do Porto deverá ter 800 imigrantes indianos sem documentação para trabalhar, de acordo com denúncia do presidente da Associação Solidariedade Imigrantes, Timóteo Macedo, em declarações à imprensa esta segunda-feira, numa concentração de imigrantes asiáticos contra a política migratória portuguesa que decorre em Lisboa.

“Temos muito milhares de imigrantes aqui que ainda não têm documentos, sendo que ainda vão ser precisos mais imigrantes para trabalhar em Portugal”, destacou Timóteo Macedo.
De acordo com este líder associativo, “os imigrantes vieram ter connosco e vamos ter ações no Porto também. Lá moram 800 indianos que não conseguem ter a documentação necessária para trabalhar”.

Mais de uma centena de imigrantes asiáticos concentraram-se esta manhã em frente à Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em Lisboa, para contestar a falta de respostas das autoridades portuguesas e exigir direitos iguais para todos.

“Direitos iguais para todos”, “somos todos legais”, “não mais espera” e “residência para todos” são algumas das frases gritadas pelos imigrantes asiáticas na manifestação promovida pela Associação Solidariedade Imigrante.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da associação, Timóteo Macedo, criticou o acordo assinado recentemente entre o Estado português e as entidades patronais para a contratação nos países de origem, conhecido como via verde, dizendo que desta forma os trabalhadores vão ficar “escravizados e nas mãos dos patrões”.

Em declarações anteriores à agência Lusa, o presidente da associação referiu que têm recolhido muitas queixas de imigrantes do Bangladesh, Nepal, Paquistão e Índia. “[Aqueles] que o Estado português não quer aceitar”, adiantou.

Imigrantes, a maioria de origem asiática, contestam esta segunda-feira “a discriminação e falta de respostas da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que está a suspender a vida de milhares”.

A iniciativa conta com o apoio da associação de imigrantes Solidariedade Imigrante, que ouviu as queixas de imigrantes do Bangladesh, Nepal, Paquistão e Índia, e manifesta o descontentamento das pessoas contra as alterações legais em Portugal, que eliminou as manifestações de interesse, um recurso jurídico que permitia a legalização de estrangeiros apenas com visto turístico.

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