“Há oportunidades de consolidação no sector financeiro angolano”, diz diretor da EY Angola

João Rueff Tavares, diretor da EY Angola, considera que há margem para consolidação no sector bancário em Angola, numa altura em que há um esforço para reforçar a robustez dos balanços por parte das instituições financeiras, mas também do regulador. 

“Temos 24 licenças ativas [de instituições financeiras] em Angola”, começou por dizer João Rueff Tavares, diretor da EY Angola, no evento “Doing Business Angola 2024”, organizado pelo Jornal Económico e pela Forbes África Lusófona, realizado esta terça-feira em Lisboa, notando, porém, que apenas 40% da população angolana utilizar os serviços bancários.

Neste cenário, “podemos dizer que temos demasiados bancos para o nível de bancarização da população”, havendo, nesse sentido, “com certeza oportunidades de consolidação”, disse o responsável num painel sobre o financiamento e gestão de risco na economia angolana que contou também com Carlos Firme, CEO da Fortaleza Seguros.

Um passo que pode ser dado pelas instituições financeiras, preocupadas em reforçar a sua robustez, mas também por pressão do regulador de forma a que os bancos tenham balanços fortes capazes de suportar todos os investimentos necessários.

“Não só do ponto de vista interno, mas também do lado do regulador, existe uma maior convergência para dar mais robustez ao sector”, frisou João Rueff Tavares.

“Quando olhamos para o mercado e para os riscos, a verdade é que os bancos não conseguem controlar as variáveis macroeconómicas, mas temos assistido a um grande reforço” ao nível dos riscos, com o sector a apostar em “iniciativas estruturantes para antecipar potenciais cenários de disrupção”.

“Do ponto de vista do risco operacional, há a preocupação dos bancos em cada vez mais quererem otimizar os seus processos para responderem melhor à qualidade dos dados”, introduzindo a robótica, a digitalização, mas também a Inteligência Artificial. “Tudo isto ajuda” à gestão e preparação dos dados”, dando “mais robustez à banca”, rematou.