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Indústria automóvel tomba com novo anúncio de tarifas. General Motors perde mais de quatro mil milhões

Donald Trump fez saber que os EUA vão aplicar tarifas de 25% no setor automóvel já a partir de quinta-feira. Em consequência, as fabricantes que mais dependem de importações para território norte-americano registaram algumas das maiores desvalorizações nas últimas sessões da semana passada.
Mary Barra é a CEO da General Motors
31 Março 2025, 07h00

As construtoras de carros registaram desvalorizações expressivas em bolsa na quinta e sexta-feira da semana passada, fruto de inseguranças ligadas às mais recentes tarifas anunciadas por Donald Trump no que respeita àquele setor.

O presidente norte-americano anunciou na quarta-feira tarifas de 25% sobre o mercado automóvel. Assim sendo, vão ser aplicadas não apenas tarifas desse volume no que diz respeito aos carros mais importados como também, mais à frente, também as peças importadas para montar carros nos EUA vão ser alvo de tarifas do mesmo peso.

Já a partir da próxima quinta-feira, dia 3 de abril, vão entrar em vigor as tarifas sobre os carros importados. Mais à frente, no início de maio, vão ser aplicadas tarifas às peças importadas pelas empresas.

Ora, as empresas do setor que mais importam para os Estados Unidos são as que vão ver os respetivos negócios mais afetados. Nesse sentido, sobressai a General Motors (GM), em função da exposição da empresa às economias mexicana e canadiana.

O grupo, que detém marcas como a Chevrolet, Cadillac e GMC, entre outras, constrói no México e no Canadá aproximadamente 30% dos carros que vende nos EUA (dados da plataforma GlobalData referentes ao período entre janeiro e setembro de 2024). Dito isto, é notória a dependência das importações, pelo que a empresa vai-se ver severamente afetada.

De resto, 52% dos automóveis vendidos nos EUA são fabricados naquele país e 18% no resto do mundo.

A GM está cotada na bolsa de Nova Iorque e a reação dos investidores foi imediata, com os receios a expressarem-se logo a partir da abertura da sessão de quinta-feira. A desvalorização foi de 8,4% nas últimas duas sessões da semana, o que significa menos 4,25 mil milhões de dólares (3,93 mil milhões de euros), pelo que a capitalização de mercado se ficou pelos os 46,45 mil milhões de dólares.

Recorde-se que a cotação de mercado já havia caído de forma expressiva quando foram conhecidos os resultados da automotora para o total de 2024. Em causa esteve uma queda de 40,6% no lucro líquido, para 6.008 milhões de dólares (5.760 milhões de euros, à taxa de câmbio naquela data).

Indústria automóvel registou inseguranças generalizadas

Nem só a GM registou uma queda expressiva, sobretudo na quinta-feira. Outras competidoras do setor sentiram os receios dos mercados, como foi o caso da Stellantis e da Ford, com derrapagens de 8% e 5,4%, respetivamente, nas sessões bolsistas de quinta e sexta-feira.

Por outro lado, os títulos da Tesla valorizaram de forma ligeira na quinta-feira, antes de tombarem na última sessão da semana, pelo que recuaram perto de 3,1% nos dois dias que se seguiram ao anúncio de Donald Trump.

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