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Indústria da Alemanha mergulhada em “crise existencial”

Esta “crise existencial” tem deixado mossa na economia alemã mas também pode ter um efeito de contágio noutras zonas do globo. Isto porque a indústria representa 24% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha e o país contribui com 25% do PIB da zona euro.
8 Março 2024, 10h41

“Crise existencial”. É assim que define, esta sexta-feira, o El Economista as dificuldades que atravessa a indústria da Alemanha. Os motivos? O custo da energia, o efeito das guerras, o fraco investimento, e a concorrência global tendo à cabeça a China, diz a publicação espanhola.

Esta “crise existencial” tem deixado mossa na economia alemã mas também pode ter um efeito de contágio noutras zonas do globo. Isto porque a indústria representa 24% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha e o país contribui com 25% do PIB da zona euro, alerta o El Economista.

A isto junta-se o facto de 10% das empresas transformadoras europeias serem alemãs com o sector a gerar acima de 30% do valor acrescentado bruto da União Europeia. Já para não falar, como explica o El Economista, das empresas com origem alemã que são líderes globais nos seus respetivos sectores como por exemplo Bayer, BASF, Daimler, Volkswagen e Siemens.

Este cenário pode ficar mais tenebroso tendo em conta que a produção industrial no país desceu 0,7%, em novembro. Desde o início de 2023 já quebrou 5%, e está abaixo em 9,4% face ao período de pré-pandemia.

O El Economista reforça que esta descida da indústria alemã abrange também a construção, indicador que caiu 2,9% em novembro.

Mas as quebras na indústria são bem mais alargadas. Na área da produção de bens de consumo duráveis ​​houve uma descida de 2%, em novembro, a produção de bens intermédios e de capital desceram 0,7% e 0,5%, nesse mesmo mês, a produção de computadores e produtos eletrónicos caiu 4,6%, e o fabrico de equipamentos de transporte quebrou 0,9%, e as indústrias intensivas em energia quebraram 1,8%.

E as perspetivas para curto prazo não são as melhores. O custo da energia pode atrasar a recuperação dos sectores que necessitam de utilização intensiva de energia. E mesmo a procura vai pelo mesmo caminho face ao “fraco crescimento económico” do país que se reflete de forma negativa nas quantidade de encomendas nacionais e internacionais. Mesmo sectores como o automóvel e a construção, apesar de mostrarem um melhor desempenho face aos tempos de pandemia, ainda têm uma baixa procura, referiu o “El Economista”.

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