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Investimento chinês no exterior voltou a crescer em janeiro

Presença do antigo Império do Meio no planeta é cada vez mais visível, numa altura em que os Estados Unidos estão a percorrer uma rota exatamente ao contrário.
13 Fevereiro 2018, 12h11

O investimento não financeiro chinês no exterior do país cresceu 30,5% em janeiro relativamente ao mesmo mês do ano passado, o que representa o terceiro aumento mensal consecutivo, anunciou esta terça-feira o Ministério do Comércio do país.

O investimento da China no exterior alcançou os 69.500 milhões de yuan (cerca de 8.900 milhões de euros), distribuídos por 99 países e regiões do mundo, o que permite concluir-se que a expansão da economia da China para fora das suas fronteiras continua a ser uma prioridade.

Isto apesar de o governo de Pequim ter imposto recentemente novas regras para o investimento no exterior, não só para travar aquilo que considera serem alguns casos de investimentos irracionais, mas também o excesso de endividamento de alguns grupos económicos.

A expansão da economia do Império do Meio é também um dos focos da batalha que Pequim vai mantendo com os Estados Unidos. Numa altura em que o país liderado por Donald Trump está a percorrer uma rota de protecionismo e de diminuição da exposição da sua economia a elementos externos ao país, a China faz precisamente o contrário.

Esse é, aliás, um desígnio da própria China: a abertura ao comércio em todo o mundo, e o aumento dos investimentos em todos os continentes. A própria diplomacia chinesa está concentrada precisamente nesse foco – o que, segundo vários analistas, explica porque é que Pequim não tem nas suas prioridades o envolvimento em questões políticas que sejam marcadamente conflituosas.

É neste quadro que pode explicar-se porque é que a China não tem nenhum interesse em envolver-se em geografias críticas – como é o caso mais óbvio do Médio Oriente ou do Magreb.

Internamente, de qualquer modo, as restrições impostas pelo governo têm sido uma forma de ‘limpar’ a cena política e económica de alguns nomes que se tornaram incómodos pela sua atuação, e que o regime se viu forçado a substituir.

A China tornou-se nos últimos anos um dos principais investidores em Portugal, através da compra de participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, ao mesmo tempo que centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal com o recurso aos vistos ‘gold’.

As compras de participações em Portugal têm merecido críticas de vários quadrantes políticos e económicos, que não vêm com bons olhos o crescimento da importância da China na economia doméstica.

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