O investimento não financeiro chinês no exterior do país cresceu 30,5% em janeiro relativamente ao mesmo mês do ano passado, o que representa o terceiro aumento mensal consecutivo, anunciou esta terça-feira o Ministério do Comércio do país.
O investimento da China no exterior alcançou os 69.500 milhões de yuan (cerca de 8.900 milhões de euros), distribuídos por 99 países e regiões do mundo, o que permite concluir-se que a expansão da economia da China para fora das suas fronteiras continua a ser uma prioridade.
Isto apesar de o governo de Pequim ter imposto recentemente novas regras para o investimento no exterior, não só para travar aquilo que considera serem alguns casos de investimentos irracionais, mas também o excesso de endividamento de alguns grupos económicos.
A expansão da economia do Império do Meio é também um dos focos da batalha que Pequim vai mantendo com os Estados Unidos. Numa altura em que o país liderado por Donald Trump está a percorrer uma rota de protecionismo e de diminuição da exposição da sua economia a elementos externos ao país, a China faz precisamente o contrário.
Esse é, aliás, um desígnio da própria China: a abertura ao comércio em todo o mundo, e o aumento dos investimentos em todos os continentes. A própria diplomacia chinesa está concentrada precisamente nesse foco – o que, segundo vários analistas, explica porque é que Pequim não tem nas suas prioridades o envolvimento em questões políticas que sejam marcadamente conflituosas.
É neste quadro que pode explicar-se porque é que a China não tem nenhum interesse em envolver-se em geografias críticas – como é o caso mais óbvio do Médio Oriente ou do Magreb.
Internamente, de qualquer modo, as restrições impostas pelo governo têm sido uma forma de ‘limpar’ a cena política e económica de alguns nomes que se tornaram incómodos pela sua atuação, e que o regime se viu forçado a substituir.
A China tornou-se nos últimos anos um dos principais investidores em Portugal, através da compra de participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, ao mesmo tempo que centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal com o recurso aos vistos ‘gold’.
As compras de participações em Portugal têm merecido críticas de vários quadrantes políticos e económicos, que não vêm com bons olhos o crescimento da importância da China na economia doméstica.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com