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Investimento de 100 milhões em capital de risco pode ter efeito multiplicador permanente de 0,22% no PIB, segundo estudo

As conclusões preliminares do estudo “foram apresentadas no Investors Dinner ma sua 4ª edição que distinguiu Sword Health, Bynd Venture Capital, Oceano Fresco e Diogo Mónica como referências do empreendedorismo nacional em 2024.
30 Maio 2025, 14h06

Cada investimento de 100 milhões de euros em capital de risco pode ter efeito multiplicador permanente de 0,22% no PIB nacional. A conclusão é do do estudo “Capital de Risco e o SIFIDE – Avaliação do Impacto Económico em Portugal”, realizado pela Investors Portugal  – Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa.

As conclusões preliminares do estudo “foram apresentadas no Investors Dinner na sua 4ª edição que distinguiu a Sword Health, Bynd Venture Capital, Oceano Fresco e Diogo Mónica como referências do empreendedorismo nacional em 2024.

Segundo as primeiras estimativas do estudo cada 100 milhões de euros investidos em capital de risco podem ter um efeito multiplicador permanente não só de de 0,22% no PIB nacional como de 0,16% no investimento. O estudo estima ainda que o mesmo montante investido através de fundos SIFIDE possa ter um impacto igual ou superior, uma vez que estes fundos são obrigados a investir grandes volumes do capital mobilizado em empresas com uma componente significativa de Investigação e Desenvolvimento (I&D).

As conclusões iniciais deste estudo, que ainda se encontra a ser desenvolvido evidenciam que o investimento em capital de risco em Portugal representa menos de 0,05% do investimento total registado no país e ainda é bastante baixo em relação ao PIB, correspondendo a menos de 0,01% do produto, de acordo com dados recentes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

“Esta realidade condiciona a competitividade de Portugal relativamente a outros mercados europeus, como o Reino Unido, Alemanha e até Espanha, onde o investimento em capital de risco é maior”, alerta a Investors Portugal.

“Estes dados preliminares revelam que o peso do investimento em capital de risco na economia portuguesa se encontra muito abaixo do verificado nos ecossistemas mais maduros e mais desenvolvidos na Europa”,  defende Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal.

“De acordo com as estimativas, podemos compreender que o investimento em capital de risco é crucial para impulsionar não só o ecossistema empreendedor e da inovação em Portugal, mas sobretudo para alavancar o crescimento da economia nacional. A Investors Portugal, enquanto agregadora do ecossistema early stage no país, apela, por isso, à aposta em políticas públicas que incentivem o investimento em capital de risco, de modo a posicionar Portugal como um ecossistema competitivo e sustentável”, acrescenta.

Além da apresentação dos primeiros resultados deste estudo, o Investors Dinner promoveu ainda “a discussão do papel do ecossistema português na promoção e desenvolvimento de tecnologias dual-purpose, sobretudo ligadas à defesa, no decorrer do painel ‘Investing under a new world order: Portugal’s role in Defense, AI, Deep Tech and Dual Purpose technology’, que contou com Ana Barbosa (Tekever), Eduardo Piedade, (BrightPixel) Rita Branco (3xp), João Fonseca Santos (Banco Europeu de Investimento) e Rui Metelo Marques (LPAC – NATO Innovation Fund) como oradores”, relata a Investors Portugal.

A Sword Health, unicórnio português especializado no desenvolvimento de terapias digitais com base em Inteligência Artificial, foi distinguida com o prémio “Investment of the Year 2024”, no seguimento do levantamento de uma ronda de investimento de 30 milhões de dólares, com participação dos investidores nacionais Lince Capital e Oxy Capital. O ano passado, esta startup realizou ainda um evento de liquidez privado, tendo angariado cerca de 100 milhões de dólares adicionais e elevando o seu valor total para mais de três mil milhões de dólares.

A Bynd Venture Capital foi distinguida com o prémio “Early Stage Investor of the Year 2024” no ano em que celebra 15 anos de atividade em Portugal, e após lançar o seu terceiro fundo o ano passado, no valor de 40 milhões de euros. A sociedade de capital de risco conta com um impacto e histórico significativos no setor early stage em Portugal e já investiu em mais de 60 empresas desde a sua fundação, em 2010, contando com mais de 35 ainda ativas no seu portfólio.

A Oceano Fresco, startup especializada na aquicultura regenerativa de bivalves em viveiro em mar aberto, arrecadou o “ESG Award of the Year 2024”. A startup, que levantou uma ronda de financiamento de 17 milhões de euros o ano passado, foi distinguida pelo trabalho desenvolvido na área da Economia Azul, sendo pioneira no cultivo sustentável de amêijoas em grande escala e impulsionando impactos ambientais positivos, com destaque para o sequestro de CO2 pelas conchas e para a promoção da biodiversidade.

O prémio “Angel of the Year 2024” foi entregue a Diogo Mónica, engenheiro, empreendedor e business angel português, co-fundador da Anchorage Digital, partner da Haun e chairman da organização sem fins lucrativos de promoção de inovação com impacto, NEAR Foundation.

O investidor, que já ajudou a financiar mais de 150 startups nos últimos dez anos, foi distinguido pelo seu apoio, como business angel e advisor, a empresas e startups portuguesas, ajudando-as a ganhar escala, expandir e a alcançar uma audiência global, contribuindo para a dinamização do setor early stage em Portugal.

A Investors Portugal reuniu mais de 100 investidores e outros atores do ecossistema empreendedor tecnológico, nacionais e internacionais.

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