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Investimento na JMJ já ultrapassa os 40 milhões. Estes são os números a conhecer

De 1,1 a 811. Estes são os números a conhecer antes do arranque da Jornada Mundial da Juventude que vai trazer o Papa Francisco a Portugal.
14 Julho 2023, 14h41

Os números associados à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não param de mudar. Depois de várias polémicas associadas ao investimento a realizar pelas autarquias de Lisboa e Loures e do Estado, são conhecidos novos valores.

Em janeiro deste ano, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, assegurou que o orçamento iria ficar dentro dos 35 milhões de euros. “Quando cheguei, a minha preocupação foi limitar os custos. Fui eu que disse que a Câmara não ia gastar mais do que 35 milhões”, atirou a 26 de janeiro.

Mas este orçamento já foi ultrapassado. A despesa adjudicada pela autarquia de Lisboa já supera os 40 milhões de euros. A ‘gota’ que levou o orçamento a transbordar foi o gasto de 6,6 milhões de euros que a Câmara tem de fazer para garantir a higiene urbana nesses dias.

Quais os números que estão a mexer com a JMJ?

6,8 milhões de euros serão gastos em segurança e camas em escolas para os peregrinos que se desloquem a Lisboa para participar na JMJ. Este valor sai diretamente do orçamento da Jornada. Estima-se que 115 instalações escolares consigam dar resposta a 42 mil peregrinos.

1,1 milhões de euros. Esta é a despesa com os 514 agentes da polícia municipal que estarão espalhados pela cidade e em locais estratégicos. Mais de 10 mil polícias estão também escalados para o evento, dividindo-se em turnos de 2.500 agentes. A divisão de trânsito será reforçada com 1.500 elementos e, por dia, entre 300 a 500 agentes vão desempenhar estas funções para garantir a mobilidade na cidade.

5,2 milhões de euros. Este valor é o investimento em equipamentos e viaturas de bombeiros, estando recrutados 150 bombeiros da capital e 160 viaturas, que serão apoiados por 1.100 funcionários.

Ainda nos serviços municipais, o orçamento disponibiliza 500 mil euros em equipamentos para 60 elementos da Proteção Civil afetos à JMJ.

400 pontos de acesso a água potável. Esta é uma das prioridades que a CML quer tratar, de forma a fornecer água gratuita aos peregrinos mas também a reduzir os resíduos. A autarquia está a construir 200 novos pontos que se irão juntar aos 205 bebedouros já existentes.

Vão existir 40 casas de banho públicas na cidade. A gestão destas está a cargo das juntas de freguesia onde se vão inserir. A CML está a reparar as instalações que se encontram no Parque Eduardo VII por se encontrarem no recinto principal.

Estima-se a chegada de mais de 1,5 milhões de visitantes no âmbito da JMJ durante a semana em que decorre, de 1 a 6 de agosto. Cerca de 500 mil peregrinos deverão chegar da Europa através de autocarro.

Tudo aponta para a criação de entre seis a sete mil lugares de estacionamento para o mesmo número de autocarros que deverão chegar, sendo que estes podem chegar aos 10 mil. Ainda assim, tudo aponta a que este valor seja insuficiente. Estes autocarros serão espalhados por 26 parques, uns criados em terrenos baldios e outros improvisados em avenidas.

89% é a taxa de ocupação nos hotéis espalhados pela Área Metropolitana de Lisboa calculada para a primeira semana de agosto. Para já, não existem estimativas para a taxa de ocupação em Fátima, embora chegue muito próximo dos 100%. O preço médio para o aluguer de um quarto em Lisboa ronda os mil euros, enquanto o aluguer de uma casa pela semana completa pode chegar (e mesmo ultrapassar) os 2.500 euros.

Até ao final do ano passado, os donativos à Fundação Jornal Mundial da Juventude quase que chegavam aos cinco milhões de euros, um valor que já terá sido ultrapassado.

O Tribunal de Contas está a fiscalizar cinco contratos para a JMJ no valor de 41,6 milhões de euros. Informações do TdC notam que três são relativos à compra de bens e empreitadas no valor de 16,6 milhões e dois empréstimos perto dos 25 milhões de euros.

De relembrar que o altar-palco, instalar no Parque Tejo-Trancão e será o principal palco, tem um custo de 2,9 milhões de euros (ao qual acresce IVA) para a autarquia. Este valor sofreu uma redução face aos 4,2 milhões inicialmente previstos e que levaram a CML a ficar debaixo de fortes críticas. Só a alcatifa para este altar-palco teve um custo de 12,5 mil euros.

O segundo palco, inserido no Parque Eduardo VII, tem um custo de 450 mil euros mas o seu pagamento está sob a alçada da Fundação JMJ e outra entidade privada.

De relembrar que um estudo recente da PwC estima que o evento católico tenha um impacto positivo entre os 411 e os 564 milhões de euros na economia portuguesa. Em termos de produção, o impacto ronda os 811 milhões e 1,1 mil milhões de euros.

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