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Investimento em IA vai chegar aos 500 milhões em Portugal até 2025

Em maior ou menor escala, as empresas continuam a introduzir sistemas de automação e ‘machine learning’ nas suas unidades de negócio. IDC prevê aumento anual de 18% nos orçamentos.
8 Julho 2023, 11h00

O investimento em Inteligência Artificial (IA) e business analytics ultrapassou os 300 milhões de euros em Portugal no ano passado e até 2025 este mercado deverá apresentar crescer em média 18% todos os anos, prevê a consultora IDC.

De facto, a percentagem de empresas que utilizam IA tem estado a crescer de forma expressiva, de acordo com as evidências estatísticas. Em 2017, só 20% a haviam implementado em pelo menos uma área de negócio e hoje são 50%, segundo o estudo da McKinsey “The state of AI in 2022 – and a half decade in review”, que envolveu 1.492 entrevistas. Resta saber o que cada um dos inquiridos considera ser uma aplicação de IA nos negócios.

O BPI foi um dos bancos que há cerca de dois meses lançou um assistente digital suportado por IA 100% desenvolvida em Portugal pela startup bracarense AgentifAI. Em causa está um assistente omnicanal disponível 24 horas por dia durante os sete dias da semana que tem estado a servir os clientes do BPI Direto por telefone e, daqui para a frente, abrangerá os diferentes canais de contacto da instituição financeira.

Contactada pelo Jornal Económico (JE), a tecnológica fundada em 2016 revelou que seus clientes da banca já representam mais de 50% do mercado bancário, o que significa que a maior parte “está em fase de execução” e confirma que “a adoção deste tipo de soluções tem sido crescente”.

“No sentido de se evitar alimentar um novo hype de IA, a nossa recomendação para as empresas que estão a considerar adotar soluções é o de pedirem para testar sempre exemplos de casos reais, de não fazerem a sua avaliação apenas com base em demonstrações pré-empacotadas em ambientes controlados, mas sim verem as soluções a serem usadas em situações reais”, sugere o CEO, Rui Lopes.

A Microsoft, que tem uma das soluções mais conhecidas e poderosas de IA no mundo – o Azure OpenAI – tem 350 pessoas a trabalhar diariamente nessa área. Ao JE, o diretor de Tecnologia da Microsoft Portugal lembra que esta tecnologia em voga “está presente em muitas das ferramentas que utilizamos diariamente, desde os GPS aos aspiradores robôs”, reiterando a ideia de que os equipamentos que temos em casa com Internet das Coisas estão, nada mais nada menos, do que a recorrer a IA. E até respondem a perguntas como o ChatGPT – só não são é tantas e com tanto detalhe.

“O que pretendemos é passar precisamente de um modelo em que a IA está em ‘piloto automático’ para ser um ‘copiloto’, cujo objetivo é guiar-nos e ajudar-nos no desempenho de certas tarefas, mas sempre com o humano no loop e no controlo”, diz Manuel Dias. Porém, reconhece que, pessoalmente, compreendo que haja algum ceticismo nestas vagas de inovação. “Não é a primeira vez que isso acontece, mas é quiçá a primeira geração que dispõe de máquinas que estão capacitadas para tomar decisões que antes só podiam ser tomadas por humanos”, sublinha.

A empresa de cursos online GoodHabitz também está a incluir esta dinâmica na área do ensino. Aliás, introduziu três funcionalidades através de IA, entre as quais um Quiz Time, um teste interativo que identifica as lacunas de conhecimento e apresenta dicas personalizadas. Outra, “vem permitir aos alunos interagirem com o seu próprio Assistente Pessoal de Aprendizagem, um especialista de formação inteligente concebido para enriquecer o conteúdo do curso e melhorar o percurso de aprendizagem de cada funcionário”, conta Pedro Monteiro, gestor de vendas da GoodHabitz em Portugal. “Por último, introduzimos uma nova atividade de aprendizagem Drive to sell, um exercício de simulação de papéis para melhorar a comunicação e estruturação de ideias, e onde o profissional tem de interagir e adaptar a sua abordagem a diversos tipos de personalidade”, adianta ao JE.

Provas dadas de que se aplica (mesmo) a todos os sectores.

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