João Oliveira aponta “propostas duvidosas” do programa do PSD. Rio responde: “O PCP quer nacionalizar os sectores todos”

Rui Rio e João Oliveira estiveram esta quarta-feira frente a frente no primeiro debate que opôs os dois partidos. Sobre a economia portuguesa e, concretamente, a subida do salário mínimo nacional, os dois representantes de PSD e PCP têm posições contrárias, mas concordam que a culpa do chumbo do Orçamento do Estado foi do Governo. Ainda assim, a diferença de posições ficou latente durante todo o debate, especialmente no que toca a políticas públicas.

Sobre a redução da taxa do IRC, João Oliveira, que substitui Jerónimo de Sousa no debate devido a uma intervenção cirúrgica a que o líder do PCP está sujeito, afirmou que “se o PSD o fizer, faz mal, reduzir a taxa de 21% para 17%, o que isso vai significar é que vai beneficiar as grandes empresas. Nos apresentamos uma proposta da taxa reduzida de IRC para as PME, o PS chumbou-a, mas o PSD também. A pergunta que faço é: considerando as propostas que o PSD agora apresenta, elas são para levar a sério? O programa do PSD tem várias propostas duvidosas”.

Rio explicou que “melhorar os salários é o grande objetivo. Melhores empregos engloba melhores salários.  Mas aquilo que nós temos de fazer para garantir melhores empregos e melhores salários é dirigir a política a quem cria os empregos e a quem paga os salários, que são as empresas. Temos de apoiar a produção, porque é a produção que depois nos vai permitir uma melhor procura, portanto, um melhor consumo”.

“O PCP quer nacionalizar os sectores todos. Vocês querem sair do euro, sair da UE, não querem sair da NATO, até querem a dissolução da NATO e a nacionalização dos sectores estratégicos. Portugal tem falta de capital. Se nos precisamos de investimento, como é que vamos por as nossas finanças publicas em ordem se vamos fazer uma nacionalização”, referiu Rui Rio.

Por sua vez, João Oliveira sublinhou que “criar emprego e criar melhores empregos não se faz com medidas dirigidas às empresas. Precisamos de meter o país a produzir. Precisamos de resolver esses problemas todos. Não há medidas de apoios às empresas que resolvam esses problemas. Começou a pandemia não tínhamos uma fábrica que produzisse ventiladores e só tínhamos uma fábrica que produzia máscaras. Isto é um reflexo dramático”.

Esta tarde realizou-se o debate entre Francisco dos Santos (CDS-PP) e André Ventura (Chega!), às 18h00 na CNN, e às 22h00 acontecerá o frente-a-frente entre João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal) e Rui Tavares (Livre), na SIC Notícias.