[weglot_switcher]

Julius Baer vai abrir banco de gestão fortunas em Portugal em meados de 2025

A equipa liderada por José Maria Cazal-Ribeiro e por Gonçalo Maleitas Correia regressa a Portugal para passar a acompanhar o mercado português da gestão de fortunas a partir de Lisboa
  • Julius Bär verwaltet mehr als 400 Milliarden Franken an Kundenvermögen. (Archivbild)
25 Abril 2024, 09h41

O segundo maior banco suíço especializado em gestão de patrimónios, o Julius Baer, vai abrir em Lisboa em meados de 2025, depois de em 2019 uma equipa de portugueses, do ex-Credit Suisse, ter ido para Madrid para acompanhar o mercado português, a partir da capital do país vizinho e está em vias de obter as aprovações regulamentares.

Essa mesma equipa liderada por José Maria Cazal-Ribeiro e por Gonçalo Maleitas Correia regressa a Portugal para passar a acompanhar o mercado português da gestão de fortunas a partir de Lisboa. A “Bloomberg “noticiou que o Julius Baer planeia abrir um escritório em Lisboa para atrair os mais ricos de Portugal, citando fontes e o Jornal Económico (JE) confirmou.

O objectivo é uma proposta de valor inovadora e única no mercado português de, através de abordagem de equipa com competências diversificadas, servir os clientes com elevado património de uma maneira global, não apenas quanto aos investimentos financeiros, mas relativamente a todas as suas necessidades e objectivos de gestão patrimonial, em contraste com a abordagem sobretudo centrada na relação individual com um único gestor”, diz ao Económico, fonte do banco.

O segmento que o Julius Baer procura abranger, segundo revelou ao JE a mesma fonte, são os detentores de fortunas acima de um milhão de euros, conhecido como High-Net-Worth Individual (HNWI) e os  Ultra-High-Net-Worth Individual (UHNWI). Isto é para gerir fortunas de clientes que têm 30 milhões de euros ou mais em património líquido para gerir.

O banco pretende ser uma referência em wealth management em Portugal, competindo com outros bancos suíços, como, por exemplo, com o EFG Bank, que já está em Portugal.

O objectivo primordial da equipa que vem abrir a sucursal em Portugal é servir os clientes portugueses, mas também os milionários estrangeiros residentes em Portugal.

A Bloomberg notícia que Portugal tornou-se nos últimos anos um hotspot para estrangeiros ricos, uma vez que o país ofereceu incentivos fiscais atraentes e um programa de visto gold que concedeu residência a cidadãos não europeus. E embora o Governo anterior tenha eliminado alguns dos incentivos no ano passado, muitos dos residentes não habituais provenientes de países como os EUA e o Brasil ainda aproveitam essas políticas.

Ao abrigo do programa de residentes não habituais, o Governo oferecia uma taxa fixa de imposto sobre o rendimento de 20% e uma taxa de 10% sobre as pensões durante 10 anos, mas deixou de aceitar novos pedidos este ano. No entanto os que se candidataram antes de 2024 terão esses benefícios até que o período de 10 anos termine.

Com o fim do Regime dos Residentes Não Habituais e as restrições ao Golden Visa os milionários estrangeiros residentes em Portugal tendem a ser cada vez menos.

José Cazal-Ribeiro e Gonçalo Maleitas Correia faziam parte de um grupo de private bankers que deixaram o Credit Suisse em Portugal em 2019 para se juntarem ao Julius Baer em Madrid. Tal como o Jornal Económico avançou em primeira-mão na altura.

O objetivo era “desenvolver e fazer crescer” o mercado em Portugal numa “base transfronteiriça”, segundo disse o Julius Baer em comunicado no mesmo ano. Uma vez atingido esse objetivo, o banco vai agora abrir uma sucursal em Portugal para estar “ainda mais próximo dos clientes”, adiantou fonte do banco.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.