[weglot_switcher]

Kosovo: Albin Kurti vence eleições mas perde maioria aboluta

O partido no poder no Kosovo, liderado pelo primeiro-ministro, Albin Kurti, venceu as eleições de domingo, mas sem atingir a maioria absoluta lançando o país em novo período de tensão política.
10 Fevereiro 2025, 10h27

O primeiro-ministro Albin Kurti venceu as eleições de domingo com 41,29% os votos, mas sem atingir a maioria absoluta – o que abre a possibilidade de a oposição chegar ao poder por via de uma coligação. Com 88% dos votos contados, o segundo partido mais votado é o Partido Democrático do Kosovo (PDK), que emergiu da guerrilha albanesa Exército de Libertação do Kosovo (UÇK), com 21,83% dos votos, seguido pela Liga Democrática do Kosovo (LDK), que obteve 17,75%. O AAK-NISMA, outro partido com raízes no UÇK, obteve 7,68%, enquanto a formação política Lista Sérvia, que representa a comunidade sérvia do Kosovo, obteve 3,96%.

Com estes dados, a formação governamental (Vetevendosje, Autodeterminação), perde nove pontos em relação a 2021, quando o partido nacionalista de esquerda obteve 50,3 % dos votos, o que lhe permitiu conquistar 58 dos 120 lugares no Parlamento. Vinte lugares estão reservados às minorias étnicas da antiga província sérvia, que proclamou a independência em 2008, 10 dos quais para os sérvios do Kosovo e os restantes para as restantes comunidades: romani e bósnia.

Se estes resultados se confirmarem, o PDK, o LDK e o AAK-NISMA, com o apoio do voto das minorias, podem constituir uma alternativa ao partido do primeiro-ministro. Para todos os eleitos, referem os analistas, os resultados confirmam o momento menos bom do primeiro-ministro e lançam o país num período de instabilidade política que vem somar-se às tensões que já existiam antes. Antes de Kurti ter chegado ao poder, estes três partidos produziram as várias coligações governamentais.

“As eleições foram livres, democráticas e justas”, declarou o líder do Autodeterminação numa conferência de imprensa em Pristina, citada pelas agências internacionais. Kosovo tem mantido relações estreitas com os Estados Unidos e com a maioria dos países da União Europeia desde a independência mas algumas das decisões de Kurti estão a perturbar as relações por considerarem que algumas políticas estão a criar tensões étnicas no país.

Pristina tem procurado restabelecer a autoridade no norte do Kosovo, onde se concentra a população sérvia, e mantém estruturas governamentais paralelas com o apoio de Belgrado. Kurti tem defendido estas ações como sendo necessárias para garantir o Estado de direito e fazer cumprir a Constituição.

O pedido de adesão à União Europeia, apresentado em 2022, continua bloqueado devido à falta de consenso entre os 27 membros nomeadamente sobre a recusa de cinco países – Chipre, Grécia, Roménia, Eslováquia e Espanha – em reconhecer a independência do Kosovo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.