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Em Foco

Revolut quer lançar crédito a empresas em Portugal

A fintech quer explorar a concessão de crédito a empresas no próximo ano em todos os mercados em que está presente, nomeadamente em Portugal, onde já disponibiliza crédito pessoal até 30 mil euros e sinalizou que quer começar a apostar nos empréstimos para a compra de casa. As caixas multibanco também estão na calha.

Atualidade

BCE deverá manter o rumo de cortes pressionado pelo crescimento

A inflação está próxima do objetivo de 2%, isto apesar da presidente do BCE projetar um aumento da inflação no quarto trimestre de 2024, antes de uma descida para o objetivo de 2% em 2025 e não de comprometer com novo corte dos juros na reunião desta semana. Mas o panorama macroeconómico não é animador, inclinando o BCE a suportar a economia real numa altura em que os dois motores europeus, França e Alemanha, estão paralisados politicamente.
Exclusivo

Máximo dos Santos: “Poupanças ao FdR são a principal vantagem do acordo com o Novobanco”

O presidente do FdR diz ao JE que o acordo de antecipação ao mecanismo de capitalização do Novobanco partiu “de condições muito difíceis”. Luís Máximo dos Santos disse ainda que “as decisões do FdR e do Estado são autónomas” no que toca ao IPO.

Novobanco quer explorar mercado de capitais e diversificar a base acionista

Em carta a que o JE teve acesso, a administração executiva diz mesmo que “neste contexto, encontramo-nos agora em condições de explorar oportunidades no mercado de capitais que permitam diversificar a nossa base acionista e consolidar o nosso posicionamento no setor financeiro português”.

Oficial: Fundo de Resolução poupa 73 milhões de euros com acordo com Novobanco

O fundo liderado por Luís Máximo dos Santos realça que o mecanismo de capitalização contingente do Novobanco, que termina um ano antes do previsto, permitiu reestruturar o banco e ultrapassar, em definitivo, o “pesado legado” herdado do Banco Espírito Santo.

Construção da maior central eólica em Portugal arranca em 2025

Projeto implica um investimento de 350 milhões de euros e arranca no próximo ano. Espera-se a criação de até 3.500 postos de trabalho diretos.

Lufthansa Technik: Gigante mundial da aviação que gera 6,5 mil milhões aterra em Santa Maria da Feira

Memorize esta sigla: MRO. Há muito dinheiro a ser feito na reparação e manutenção de aviões. Portugal vai receber um investimento de um gigante mundial do sector: a Lufthansa Technik, do grupo da transportadora alemã, que gera 6,5 mil milhões de receitas por ano, com 800 clientes, e fábricas em 30 países. Investimento anda na ordem das centenas de milhões de euros. Mercado global vale 100 mil milhões e vai continuar a crescer à medida que as viagens aéreas continuam a aumentar.

Madeira mais perto das terceiras eleições regionais desde setembro de 2023

Depois do “não” ao Orçamento, o Parlamento discute a 19 de dezembro a moção de censura ao Governo Regional da Madeira. PS e JPP já admitiram viabilizar a moção do Chega e deixar a Região mais perto das terceiras eleições em menos de um ano.

Advogados aprovam fator de correção para não aumentar valor a pagar ao sistema de previdência

Conselho Geral da CPAS aprovou uma proposta que estabelece o fator de correção de -8% na contribuição. Este é o fator de correção que vai ser proposto ao Governo para calcular o valor da mensalidade que estas classes profissionais terão de pagar à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS). Advogados e solicitadores têm de pagar, mensalmente, no mínimo, 267 euros para ter direito aos apoios sociais e a uma reforma futura.

China ultrapassa UE e Japão em pedidos de patentes em redes elétricas em 2022

Estudo divulgado esta terça-feira revela que a inteligência artificial está a impulsionar a inovação nas redes elétricas, tendo feito disparar o número de pedidos de patentes ao longo da última década. A União Europeia, Japão e Estados Unidos foram ultrapassados pela China no último ano analisado pelo estudo.

Elvira Fortunato: a apaixonada por ciência que chegou ao Governo

Elvira Fortunato é considerada a ‘mãe’ do transístor de papel e ainda deu uma perninha no último Governo de António Costa. Quem é uma das cientistas portuguesas com mais prémios?

França: Macron testa nova solução com as diferentes forças políticas, mas nem todas

Diálogo e compromisso parecem ser os substantivos mais repetidos no Palácio do Eliseu. Mas não com todos: a extrema-direita de Marine Le Pen não foi convidada para ser ouvida e a extrema-esquerda de Mélanchon não aceitou o convite.

Comunidade internacional decide apoiar novos líderes da Síria

Britânicos e norte-americanos preparam-se para retirar o grupo islâmico que tomou o poder da ‘lista negra’ do terrorismo. E mesmo a Rússia, onde al-Assad se acolitou, diz que está preparada para falar com o novo poder. Entretanto, Israel tenta ganhar pontos pela guerra.

Mercados

Bolsas fecham em terreno misto a abrir semana de juros no BCE

Lisboa registou leves ganhos numa sessão sem sentimento definido entre as principais praças europeias. Esta terça-feira saem dados da inflação na Alemanha. A semana vai ficar marcada pela reunião do BCE, na qual é esperado um corte nos juros.

Agenda

Topo da Agenda: o que não pode perder nos mercados e na economia esta terça-feira

O INE revela os dados referentes à balança comercial portuguesa referentes a outubro. Crises políticas e económicas em dois dos três principais parceiros nacionais, França e Alemanha, podem complicar as exportações

Opinião

Um novo impasse no futuro da Guiné-Bissau

Os meios de comunicação social têm dado, e bem, uma especial atenção ao atual momento que se vive em Moçambique. Porém, a situação na Guiné-Bissau também é manifestamente inquietante. A Guiné-Bissau, nação lusófona da África Ocidental, vive uma situação preocupante de instabilidade política criada pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que há um ano, em Dezembro de 2023, decidiu suspender a Constituição, dissolver a Assembleia Nacional Popular e nomear um Governo de iniciativa presidencial. Para além da decisão surpreendente de suspensão da democracia e das instituições, a presidência de Sissoco Embaló concentrou-se em reprimir opositores e em perseguir vários jornalistas. O mandato presidencial termina em breve, a 27 de fevereiro de 2025, mas aparentemente as eleições só terão lugar em Novembro de 2025, porque Sissoco Embaló argumenta querer fazer coincidir as eleições legislativas e presidenciais, o que constitui mais uma violação da lei – durante cerca de 9 meses – em beneficio de um interesse político particular. A fragilidade das instituições, a corrupção endémica e a falta de investimento em setores chave são outros fatores que contribuem para a persistência da pobreza e da desigualdade na Guiné-Bissau. Além disso, as frequentes mudanças de governo, os golpes de Estado e a incerteza política geral criam um ambiente de negócios hostil, desencorajando o investimento a longo prazo e a criação de empregos. Nos últimos anos, a Guiné-Bissau é frequentemente referida como um Narco-Estado; devido ao seu papel significativo no tráfico de droga, especialmente cocaína, da América do Sul para a Europa. Infelizmente, as instituições legítimas do país foram infiltradas pelo poder e dinheiro do comércio ilegal de droga, existindo suspeitas e indícios da influência dos traficantes junto da elite que governa o país. Várias entidades internacionais têm desenvolvido um trabalho positivo no combate ao trafico de droga na Guiné-Bissau, designadamente nas áreas da investigação, apoio nas operações de apreensão, fornecimento de assistência técnica e até na formação das forças de segurança guineenses. As entidades envolvidas e mais ativas são: a DEA (Drug Enforcement Administration) dos Estados Unidos; a UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime); a Interpol; e a Marinha Portuguesa/ Autoridade Marítima. A Guiné-Bissau tem vários desafios estruturais que seguramente levarão muitos anos a ser concretizados. Todavia, para se alcançar o desenvolvimento que o país tanto precisa, só com um quadro de estabilidade política é que esses desafios complexos serão concretizados.

2024: um passo à frente, dois atrás

2024… foi o ano em que o planeta mostrou sinais de esperança, mas também tropeçou em escolhas que nos fazem pensar se alguém andou a beber água com pesticidas. Vamos aos destaques, porque rir é melhor do que chorar. Primeiro, as boas notícias: o lince-ibérico, aquele felino charmoso com pinta de estrela de documentário, saiu oficialmente do grupo dos “em perigo” para o estatuto de “vulnerável”. Agora há mais de 2.000 linces-ibéricos na natureza, o que já dá para montar uma claque respeitável de felinos. No Algarve, o polvo – verdadeiro mestre do disfarce – também teve direito a algum protagonismo. Foi criado o 2.º Comité de Cogestão de uma pescaria, com foco neste molusco, e o respetivo Plano de Gestão foi aprovado por unanimidade. O Governo agora tem a missão de transformar esta boa ideia em ação concreta (incluindo financiamento) e não em mais um daqueles documentos esquecidos na gaveta. Enquanto isso, a sociedade civil esteve em força a devolver os rios à sua glória natural, removendo açudes obsoletos e recuperando ecossistemas ribeirinhos. Mas o Governo, numa postura digna de quem quer andar contra a corrente, decidiu não apoiar esta tendência no Orçamento do Estado para 2025 e contrariar o seu próprio programa eleitoral. Ah, e não só continuam a ignorar as barreiras fluviais, como avançam a todo o vapor com a construção da Barragem do Pisão, que promete destruir habitats e alimentar a ilusão de que há água para regar o Alentejo inteiro. Prioridades, não é? O lobo ibérico, por sua vez, foi protagonista de um verdadeiro plot twist ambiental. Portugal mudou o seu voto para alterar a Convenção de Berna e ajudou a reduzir o nível de proteção da espécie, um retrocesso monumental na conservação europeia. E, como se não bastasse, dois anos depois do último censo do lobo, continuamos sem saber os resultados. Talvez estejam guardados para uma revelação especial… no Dia Mundial do Ambiente de 2050? Nos Açores, assistimos a um misto de orgulho e perplexidade. Foi criada a maior rede de áreas marinhas protegidas do Atlântico Norte, abrangendo 287 mil quilómetros quadrados. Impressionante! Só que, no mesmo ano, o Governo Regional não descartou a possibilidade de mineração em mar profundo. É como se dissessem: “Vamos proteger, mas fica aqui a porta aberta para também se estragar um bom bocado, e assim ficam todos felizes”. No cenário europeu, houve a aprovação da Lei do Restauro Ecológico, que visa recuperar 20% dos habitats degradados até 2030. Mas, em Portugal,  parece que o compromisso com esta meta não é lá muito significativo, já que as associações agrícolas e florestais estão mais representadas no grupo de trabalho responsável pelo Plano Nacional de Restauro do que as ONGs de ambiente, que têm extensa experiência de terreno. É como se os ecossistemas estivessem a gritar por ajuda e respondessemos com um descontraído: “Já lá vamos, calma”. Para terminar em grande, o PEPAC continua a dar-nos alegrias (#sóquenão): houve um corte de 44% no orçamento para as florestas, e continua a recusa em alterar medidas que destroem a biodiversidade ao invés de a protegerem, cortesia do Ministro da Agricultura e Pescas. Tão, mas tão século XX… Moral da história: Se Portugal quer mesmo ser líder em sustentabilidade, tem de parar com esta dança de “um passo à frente, dois atrás”;. Proteger a natureza não é só bom para as espécies, é também crucial para as pessoas, para a economia e para o futuro. Afinal, o bem-estar do planeta é o nosso. E, sinceramente, quem aguenta mais um episódio desta novela ambiental cheia de avanços e retrocessos?
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