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Lucros da Caixa sobem 95% para 285 milhões de euros no primeiro trimestre

Os lucros alcançados pelo banco liderado por Paulo Macedo no primeiro trimestre comparam com o resultado positivo de 146 milhões de euros obtido no mesmo período do ano passado.
  • Cristina Bernardo
11 Maio 2023, 16h40

Os lucros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) subiram 95% para 285 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este resultado compara com os 146 milhões de euros obtidos no mesmo período do ano passado pelo banco liderado por Paulo Macedo.

“Num contexto económico instável, o Grupo CGD gerou um resultado líquido consolidado de 285 milhões de euros, que permitiu um aumento de 3,3 pontos percentuais na rentabilidade dos capitais próprios (ROE), de 9,8% no período homólogo de 2022 para 13,1% no primeiro trimestre de 2023”, indica o banco num comunicado divulgado esta quinta-feira na CMVM.

Isto num período em que a atividade internacional contribuiu com 53 milhões de euros para o resultado do grupo, o que representa um crescimento de 41% face a igual período de 2022.

A Caixa indica ainda que a “continuidade dos bons resultados permitiu a formalização da proposta de aplicação de resultados, a deliberar em assembleia geral, do pagamento de um dividendo no valor de 352 milhões de euros, o maior da história da Caixa, referente ao resultado de 2022”. Além disso, o banco estatal pretende entregar o edifício-sede ao acionista Estado sob a forma de dividendo em espécie, como já tinha indicado.

Neste período, a margem financeira consolidada aumentou 345 milhões de euros, devido essencialmente ao contributo da atividade em Portugal, que aumentou 319 milhões de euros, “reflexo da subida das taxas de juro nas operações de retalho e do impacto positivo relativo às operações de tesouraria e da carteira de títulos”, refere a Caixa no comunicado.

Comissões aumentam no trimestre

As comissões registaram um aumento de três milhões de euros, ou seja, mais 2% face a março de 2022. Este aumento é explicado pelo crescimento em Portugal nas comissões com meios de pagamento resultantes da evolução das compras com cartões da Caixa que registaram um crescimento de 18% em 2023 e do aumento das comissões associadas à atividade de bancassurance.

“Os aumentos de comissões que temos são essencialmente derivados de um aumento da transacionalidade”, explicou Francisco Cary, administrador financeiro da CGD, na apresentação dos resultados.

Quanto aos resultados de operações financeiras, o banco registou um “crescimento atípico” de 76,5 milhões de euros face aos primeiros três meses de 2022, diz o banco, à boleia da operação não recorrente de liquidação do Fundo de Pensões. Excluindo este efeito, os resultados de operações financeiras registado uma variação negativa de 3,6 milhões de euros.

Por outro lado, os custos de estrutura aumentaram 3,4%, “uma vez que o aumento verificado nos gastos gerais administrativos (+11,7 milhões de euros) e nas depreciações e amortizações (+6,4 milhões de euros) foi superior ao decréscimo nos custos com pessoal (-8,8 milhões de euros)”, indica a Caixa.

Deduzindo os efeitos extraordinários ocorridos nos primeiros trimestres de 2022 e 2023, essencialmente associados ao programa de reestruturação do pessoal, os custos de estrutura registaram um aumento de 16 milhões de euros (+7,8%) face a março de 2022.

CGD reserva 46 milhões para risco de crédito

As provisões e imparidades aumentaram 122 milhões de euros face ao período homólogo de 2022. “No entanto, esta variação foi fortemente influenciada por fatores não recorrentes, associadas, essencialmente, ao programa de reestruturação do pessoal e à alienação de ativos não core em 2022”, afirma o banco.

Deduzido de efeitos extraordinários, o crescimento registado nas provisões e imparidades da atividade consolidada foi de 52 milhões de euros. Deste valor, refere a CGD, 46 milhões de euros dizem respeito a riscos de crédito, “com o objetivo de fazer face à incerteza que marca a economia no início de 2023”. O custo de risco de crédito aumentou para 0,30% em março de 2023, enquanto o rácio de crédito malparado subiu para 2,5%, face a 2,4% no final de 2022.

A carteira de crédito a clientes totalizou 52.743 milhões de euros em termos brutos, o que traduz uma descida de 0,5% face ao final de 2022. Em Portugal, o banco registou um crescimento no segmento de empresas (1,1%), mas uma diminuição de 1,2% no crédito à habitação.

Por outro lado, o total de recursos de clientes na atividade consolidada alcançou os 94.123 milhões de euros em março de 2023, o que representou uma diminuição de -4,3%% face a dezembro do ano anterior. Os depósitos de clientes diminuíram 339 milhões de euros, ou seja, menos 0,5% face ao período homólogo.

Os rácios fully loaded, CET1, Tier 1 e Total, situaram-se em 19,5%, 19,5% e 20,9%, respetivamente, incluindo o resultado líquido do período deduzido do montante máximo distribuível de acordo com a política de dividendos.

Notícia atualizada às 17:07

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