O PS e BE candidataram os seus líderes regionais, Paulo Cafôfo e Dina Letra, à Assembleia Legislativa da República da Madeira. Já pela coligação PSD/CDS-PP, o candidato é o autarca da Câmara de Lobos, Pedro Coelho (que suspendeu o mandato devido à campanha eleitoral), ele que já tinha sido também eleito deputado à Assembleia Legislativa da Madeira, nas eleições regionais, de 23 de setembro de 2023. Por fim, o Juntos pelo Povo (JPP) candidatou o presidente da Câmara de Santa Cruz, Filipe Sousa, pelo círculo eleitoral da Madeira às eleições legislativas de 10 de março.
Estas escolhas levam a que os respetivos candidatos tenham decisões a tomar. No caso concreto de Paulo Cafôfo e de Dina Letra, se será compatível o exercício das lideranças regionais, das respetivas forças partidárias, com o exercício de deputado na Assembleia Legislativa da República.
Esta questão torna-se de maior relevo para Cafôfo, tendo em conta que quase de certeza deverá ser eleito deputado nas listas do PS. No caso de Dina Letra a tarefa afigura-se mais difícil. Mas recorde-se que em 2015 o BE conseguiu eleger um deputado pela Madeira, na ocasião Paulino Ascensão.
Ter um líder do PS Madeira a acumular funções com o cargo de deputado na Assembleia da República também não seria algo de novo. Recorde-se que Carlos Pereira se enquadra nesse cenário.
Será que Cafôfo irá pelo mesmo caminho?
O Económico Madeira questionou Cafôfo sobre se vai assumir o mandato, caso seja eleito para a Assembleia da República, também se há ou não qualquer tipo de incompatibilidade e se Sofia Canha, que é vereadora na Câmara Municipal da Calheta, sendo a terceira da lista do PS Madeira às legislativas, no caso de ser eleita vai abdicar do cargo de vereadora. Questões que ficaram sem resposta.
Já o candidato do Juntos pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, questionado sobre se vai assumir o mandato como deputado na Assembleia da República, caso seja eleito, disse que “essa é uma questão que será ponderada a seu tempo e tendo sempre em linha de conta os interesses da população”.
Sobre se vai suspender ou abdicar da presidência da Câmara de Santa Cruz, Filipe Sousa disse que essa decisão estará dependente da decisão quanto ao mandato como deputado na Assembleia da República, caso seja eleito.
O Económico Madeira tentou entrar em contacto com o candidato do PSD/CDS-PP para questionar sobre se pretende assumir o mandato na Assembleia da República se for eleito e se, assumindo o mandato, vai suspender ou abdicar da presidência da Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Até ao fecho do Económico Madeira, as tentativas de contacto revelaram-se infrutíferas.
Por sua vez, Dina Letra, candidata do BE, garante que há intenção de assumir o mandato na Assembleia da República caso seja eleita.
“Entendo que o mandato de deputada resulta da confiança que os madeirenses e portossantenses depositam na pessoa e no partido quando votam. Seria um quebra de confiança e defraudar os eleitores se depois não se assume esse mandato de representação”, referiu a bloquista.
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