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Maiores grupos de retalho não têm ferramentas para desenvolver estratégia tecnológica, conclui Bain

Entre os motivos para este entrave estão a complexidade e o custo elevado dos sistemas legados, a forma fragmentada e demasiado hierarquizada das equipas tecnológicas e também a escassez de competências, de acordo com a consultora norte-americana.
30 Abril 2024, 11h47

A grande maioria (90%) dos 45 maiores retalhistas do mundo não têm as ferramentas necessárias para desenvolver uma estratégia tecnológica na empresa, concluiu uma análise ao sector elaborada pela consultora Bain & Company.

Entre os motivos para este entrave estão a complexidade e o custo elevado dos sistemas legados, a forma fragmentada e demasiado hierarquizada das equipas tecnológicas e também a escassez de competências, de acordo com o relatório “Technology in Retail: Escaping the Complexity Trap”, cujas principais conclusões foram divulgadas esta terça-feira.

“Para os que são bem-sucedidos, mas ainda não excelentes em tecnologia, tudo isto equivale a um momento decisivo. Ora, é importante que consigam aproveitar uma oportunidade que é cada vez mais escassa para atualizarem e prepararem os seus sistemas tecnológicos para o futuro, para que possam aproveitar todas as oportunidades oferecidas pelo retalho omnicanal, pela personalização da experiência do cliente e pela automação através da inteligência artificial generativa”, afimra Clara Albuquerque, partner da Bain & Company.

Segundo este estudo, nove em dez CEO disseram que a sua empresa não tinha pelo menos algumas das competências essenciais para desenvolver essa estratégia digital. Ademais, um quarto admiti que o retorno sobre o investimento tecnológico não correspondeu às suas expectativas.

Os consultores da Bain & Compan aperceberam-se ainda de que, em média, 16% dos membros do conselho de administração e dos executivos dos retalhistas com alto desempenho analisados tinham experiência em tecnologia, enquanto nos retalhistas com baixo desempenho eram apenas 7%. Porém, 80% acha que a imprevisibilidade da resposta do mercado às iniciativas tecnológicas é um obstáculo ao alcance dos objetivos tecnológicos.

“Home Depot, Walmart ou Inditex são hoje líderes tecnológicos no sector dos bens de consumo. E, embora a escala seja um fator capital no momento de investir em tecnologia, com base no nosso trabalho junto das principais empresas de retalho e tecnologia em todo o mundo, emulando os atuais líderes tecnológicos da indústria, vemos um caminho para muitos retalhistas progredirem rumo à excelência”, garantem os especialistas.

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