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Mais de metade dos juízes avaliados no ano passado tiveram nota máxima

Do universo de 378 juízes que foram avaliados no ano passado, 58% teve Muito Bom, a percentagem mais alta dos últimos 16 anos. Só 3,3% tiveram Suficiente ou Medíocre. O balaço é do Conselho Superior da Magistratura (CSM) que entregou hoje no Parlamento o relatório de atividades de 2019 que dá conta também que os juízes só foram alvo de 21  processos disciplinares em 2018.
17 Junho 2020, 13h45

No ano passado os magistrados judiciais foram alvo de 21 processos disciplinares, o número mais baixo da última década. A par deste balanço, as classificações melhoraram: 58% dos juízes avaliados no ano passado foram classificados com Muito Bom, a melhor percentagem dos últimos 16 anos. Dos 378 juízes avaliados em 2019, só 3,3% tiveram Suficiente ou Medíocre.

Os dados são do relatório anual do Conselho Superior de Magistratura (CSM), com a atividade do órgão que tutela os juízes ao longo de 2019, entregue nesta quarta-feira ao Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que recebeu hoje, em audiência, o​ presidente do Conselho Superior da Magistratura, Juiz Conselheiro António Joaquim Piçarra, que procedeu à entrega do relatório referente ao ano judicial de 2019. António Piçarra fez -se acompanhar pelo Vice-Presidente do Conselho, Juiz Conselheiro José Sousa Lameira, e pelo Vogal eleito pela Assembleia da República, Jorge Gonçalves.

“Em 2019, mais de metade das notações corresponderam a Muito Bom”, lê-se no relatório, acrescentando que a classificação Muito Bom continua a ser, tal como em 2017 e 2018, a que detém o maior peso no universo das notações.

Da análise dos dados, no ano passado, as notações Muito Bom e Bom subiram, enquanto as notações Bom com Distinção desceram ligeiramente. A notação Suficiente subiu, ao passo que a notação Medíocre desceu de dois para um (continua a ser a que tem menor peso no universo total).

“Das inspeções realizadas que se concluíram com a notação Muito Bom, 121 referem-se a classificação de Juízes já anteriormente notados com a nota máxima. Isto é, Juízes que já tinham Muito Bom de classificações anteriores. As novas notações com nota máxima – 98– correspondem, por isso, a 25,92 % do total das classificações atribuídas”, acrescenta o relatório.

Nos últimos 16 anos, 2009 foi o que registou a percentagem mais baixa, apenas 20% dos avaliados obtiveram Muito Bom. Em 2017 foram 55% dos avaliados e no ano anterior 47%.

Já a segunda nota mais elevada, o Bom com Distinção, passou de 28% em 2018 para 26% no ano passado. Por sua vez, a nota Bom, passou de 7% em 2018 para 11% em 2019. Os Suficientes e os Medíocres mantiveram-se baixos como é habitual: 3% e 0,3%, contra 1,9% e 0,5% um ano antes.

Menos processos disciplinares

Na área disciplinar, foram abertos 21 processos, o número mais baixo da última década. É preciso recuar a 2008 para encontrar um número mais baixo: 14, dos quais muitos ainda aguardam decisão. Em 2019, foram aplicadas 17 penas disciplinares (19 em 2018) com a esmagadora maioria a ter multa como sanção disciplinar aplicada (6). Houve ainda uma suspensão – com pena acessória de transferência, cinco advertências registadas. Contrariamente ao que aconteceu nos últimos anos, houve aplicação das penas mais pesadas como uma demissão e duas aposentações compulsivas.

“O número de processos disciplinares instaurados (isto é, nascidos) em 2019 voltou a baixar, fixando-se em 21, quando em 2018 tinha sido de 24”, revela o relatório

A matéria disciplinar suscitou no ano passado a interposição de 17 dos 35 recursos que tentaram invalidar decisões do CSM. Durante 2018, o Supremo Tribunal de Justiça proferiu decisões em 39 recursos deste tipo, a maior parte referente a decisões tomadas pelo órgão de tutela dos juízes em 2018. Destas, em 35 casos o Supremo indeferiu os recursos e em quatro deu razão aos recorrentes.

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