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Mar Vermelho: Perturbações poderão reduzir capacidade da indústria entre Ásia e Europa até 20%, prevê Maersk

“A zona de risco expandiu-se e os ataques estão a chegar mais longe no mar”, alertou a empresa dinamarquesa, citada pela “Reuters”, acrescentando que a situação no Mar Vermelho forçou ao desvio dos navios que opera, levando a viagens mais longas, demoradas e com custos adicionais.
6 Maio 2024, 17h04

As perturbações no Mar Vermelho, uma importante rota do comércio marítimo global através da qual transita cerca de 15% da mercadoria, deverão penalizar a capacidade da indústria entre a Ásia e a Europa até 20% no segundo trimestre, prevê a Maersk, que tem vindo a redefinir os trajetos dos seus navios desde o início dos ataques dos Houthis na região.

“A zona de risco expandiu-se e os ataques estão a chegar mais longe no mar”, alertou a empresa dinamarquesa, citada pela “Reuters”, acrescentando que a situação no Mar Vermelho forçou ao desvio dos navios que opera, levando a viagens mais longas, demoradas e com custos adicionais.

Os custos de combustível da Maersk nas rotas afetadas entre a Ásia e a Europa são 40% mais altos por viagem, de acordo com um porta-voz.

De acordo com o porta-voz da Maersk, a situação na zona é “complexa” e continua a “evoluir”, alertando que as perturbações têm causado efeitos em cascata em várias outras rotas de transporte de contentores, particularmente da Ásia para as costas leste e oeste da América do Sul.

Na semana passada, a Maersk previu que as perturbações se prolongariam pelo menos até ao final do ano.

A par da Maersk, a alemã Hapag-Lloyd, que também tem vindo a reencaminhar os navios para outras rotas, previu que a crise seja ultrapassada antes do final do ano. “Os ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden estão a deslocar-se cada vez mais para o mar. É por isso que estamos a evitar completamente esta zona”, fez saber a empresa sediada em Hamburgo-

Em contracorrente, a CMA CGM, sediada em Marselha, mantém as rotas de alguns navios através do Mar Vermelho, que têm sido escoltados por fragatas da marinha francesa ou de outras marinhas europeias. Contudo, a maioria dos navios que detém está a ser reencaminhada em torno de África, fez saber o presidente Rodolphe Saade, em declarações ao ‘Le Monde’.

A Maersk anunciou, no início do ano, uma estimativa de EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) entre mil e seis mil milhões de dólares em 2024, que comparam com 9,6 mil milhões obtidos em 2023.

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