Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que considera ter “condições para se manter cargo”, uma posição manifestada numa conferência de imprensa na qual narrou os factos apurados internamente sobre o alegado envolvimento da Presidência no caso do tratamento das gémeas luso-brasileiras no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
A partir do Palácio de Belém, o Presidente da República revelou que mandou “apurar na Presidência da República tudo o que pudesse existir de registos ou arquivado sobre esse tema”, dando a conhecer publicamente os elementos reunidos sobre o caso em questão.
Marcelo fez saber que entregou hoje à Procuradoria-Geral da República os elementos reunidos sobre os factos ocorridos há quatro anos – “num período particularmente intenso” da sua “vida política e pessoal”, recordando o inquérito em curso sobre o caso.
“Foi uma matéria laboriosa, porque implicava saber se determinados elementos da Casa Civil tinham tido intervenção ou não, e até que ponto eu tinha tido alguma intervenção e em quer termos tinha ocorrido, o mais exaustivamente possível”, explicou.
“Tudo se passa, no que respeita à intervenção da Presidência da República, em dez dias: entre o dia 21 de outubro de 2019 e o dia 31 de outubro de 2019”, começou por dizer Marcelo, detalhando que essa janela temporal coincidiu com a formação do XXII Governo Constitucional, cuja tomada de posse ocorreu no dia 26, e com uma intervenção cirúrgica a que foi submetido no dia 30.
De acordo com o Chefe de Estado, no dia 21, recebeu de Nuno Rebelo de Sousa, um dos seus filhos, “um email em que dizia que um grupo de amigos da família das duas crianças gémeas se tinha reunido e estava a tentar que elas fossem tratadas em Portugal.
“Era uma corrida contra o tempo. Tinha já contactado o Hospital Dona Estefânia, que tinha dito que seria Santa Maria o hospital adequado para se sim, ou não, era possível esse tratamento. Tinham enviado para Santa Maria a documentação sobre as crianças”, disse Marcelo.
O Presidente da República confirmou, assim, que o seu filho o contactou sobre as gémeas residentes no Brasil com atrofia muscular espinhal, assegurando que o tratamento dado ao caso foi neutral e igual a tantos outros.
Segundo o chefe de Estado, o que “fica claro é que o Presidente da República Portuguesa, perante uma pretensão de um cidadão como qualquer outro, dá o despacho mais neutral e igual a que deu em ‘n’ casos”, sem que tenha havido “uma intervenção do Presidente da República pelo facto de ser filho ou não ser filho”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com