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Metade das empresas de media em Portugal fecharam o primeiro trimestre com redução no volume de negócios

O impacto da pandemia foi diferente entre os meios de comunicação social portugueses, concluiu a ERC. Pouco mais de um terço dos meios inquiridos disse que não recorreu a qualquer apoio, mas as que o fizeram utilizaram sobretudo as de proteção ao emprego (14,8 %) e os subsídios diretos (11%).
Entidade Reguladora para a Comunicação Social
17 Setembro 2021, 16h15

Mais de metade (52%) das empresas de media em Portugal fecharam o primeiro trimestre deste ano com uma contração no volume de negócios, revelou esta sexta-feira a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) num relatório sobre o impacto da pandemia nas contas da imprensa nacional. Ainda assim, representa uma melhoria relativamente ao período homólogo.

O vírus sentiu-se de forma diferente nos balancetes dos meios de comunicação social. O regulador concluiu que a Covid-19 lesou principalmente os jornais e rádios regionais e locais. Por outro ado, os operadores de televisão privados, foi menos impactante para fornecedores de video-on-demand, plataformas de partilha de vídeo, distribuidores de serviços de televisão por subscrição (streaming) e rádios de âmbito nacional.

Pouco mais de um terço das entidades inquiridas pela ERC (32,2%) disse que não recorreu a qualquer apoio, mas as que o fizeram utilizaram sobretudo as de proteção ao emprego (14,8 %) e os subsídios diretos (11%). A percentagem daqueles que beneficiou de auxílios em publicidade de plataformas privadas multinacionais, como a Google ou a Netflix, foi semelhante.

“Observa-se que 58% dos inquiridos registaram contração do volume de negócios em 2020, 30% mantiveram o mesmo nível de 2019 e 12% apresentaram expansão (…). No primeiro trimestre de 2021 a situação parece ter melhorado, com cerca de 16% dos respondentes a mencionar estabilidade no volume de negócios, quando comparado com o mesmo período de 2020”, refere a ERC.

O relatório “Implicações da crise de Covid-19 nas condições económicas do sector de media em Portugal – 2020/1.º trimestre de 2021” foi elaborado com base em entrevistas realizadas entre entre 26 de maio e 28 de junho a várias entidades registadas na Plataforma Digital da Transparência e a prestadores de televisão por subscrição.

Entre as críticas da generalidade dos respondentes está a ausência de políticas públicas dirigidas às áreas mais frágeis do sector. Os media apelam à maior adequação à realidade dos órgãos de comunicação social regional e local, benefícios fiscais e incentivos ao investimento e capitalização das empresas, como a criação de fundos direcionados e linhas de crédito bonificadas.

“Para cerca de 70% dos respondentes a pandemia não originou a oferta de novos serviços no mercado. A aposta foi direcionada para otimização da estrutura de custos e reforço do teletrabalho ou reorganização de equipas. Porém, foram também relevantes as respostas focadas no aumento do foco em conteúdos online ou o reforço da capacidade de distribuição digital em vários canais”, lê-se no documento do regulador.

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