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Moçambique não pode continuar “a acomodar conflitos” com riqueza do gás à porta

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o país não pode continuar a acomodar conflitos, porque “tem tudo para dar certo” com investimentos em gás e petróleo capazes de o “tornar próspero rapidamente”.
13 Novembro 2019, 10h32

“O país tem tudo para dar certo, mas isso depende de nós, moçambicanos”, disse, “incluindo os aspetos de segurança” com os quais as autoridades têm lidado.

“Não podemos continuar distraídos a acomodar conflitos, a dificultar o futuro e o crescimento de uma nação que pode ser próspera muito rapidamente”, com o impulso dos investimentos em gás natural, acrescentou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado falava hoje na abertura da 6.ª Cimeira de Gás de Moçambique, evento anual que junta empresas do setor, numa altura em que o país está a três anos de iniciar a produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Filipe Nyusi fazia o apelo à segurança numa altura em que há ameaças no Centro e Norte do país.

No Centro, grupos armados já mataram 10 pessoas desde agosto em ataques contra civis e autoridades, num reduto de guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), oposição, que se dividiram – sendo que a direção da Renamo se distancia da violência e diz-se fiel ao acordo de paz de 06 de agosto.

No Norte, uma vaga de ataques que teve origem em mesquitas radicalizadas da província de Cabo Delgado já terá matado 300 pessoas na região onde nascem os megaprojetos de exploração de GNL.

“Cada moçambicano é chamado a ter essa responsabilidade individual e coletiva”, de defender a paz e segurança do país, “porque é desta responsabilidade que o pais pode evoluir” referiu Nyusi, reeleito em 15 de outubro para um segundo mandato de cinco anos, com o seu partido, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a ampliar a maioria parlamentar para mais de dois terços dos lugares.

Os megaprojetos de exploração de gás natural liquefeito vão arrancar em 2022 e devem colocar Moçambique entre os maiores produtores mundiais nos dez anos seguintes, prevendo o Fundo Monetário Internacional (FMI) que a economia do país pode chegar a crescer mais de 10% ao ano.

Os investimentos da ordem dos 50 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de euros) são feitos por dois consórcios que operam nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, ao largo da costa Norte de Moçambique, e que são liderados pelas petrolíferas Total, Exxon Mobil e Eni.

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