Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades, mas o futuro da geringonça só daqui a um mês é que se saberá. No entretanto, os líderes dos socialistas e dos comunistas sinalizaram esta terça-feira, no debate para as eleições legislativas, o que pretendem para a solução política que criaram com o Bloco de Esquerda há mais de seis anos.
“Não há mortes definitivas a não ser a própria morte. Agora, nas atuais circunstâncias, aquilo que tenho de dizer aos cidadãos, com a mesma frontalidade que disse há dois anos que não haveria outra solução fora do quadro da gerigonça, neste momento não sinto confiança de que essa é uma solução estável”, disse o secretário-geral do PS e atual primeiro-ministro.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, deixou tudo em aberto perante a questão sobre se está disponível para negociar no início de fevereiro: “Não faço futurologia. Seria arrogância da minha parte dizer não ou sim sem fundamento”.
António Costa garantiu que o PS se apresenta estas eleições para assegurar uma “solução de estabilidade”, mas admitiu ter “muita pena” de não sentir o mesmo atualmente. “Tenha muita dificuldade em compreender porque é que ela foi interrompida”, reconheceu, lembrando que a “situação política criada em 2015 foi a solução interpartidária mais estável que o país já viveu até agora” e “enquanto houve caminho para andar” andaram.
“Há uma necessidade forte de dar resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país. Vamos dar a nossa contribuição em relação à questão da necessidade de convergências para resolver os problemas e responder às pessoas”, afirmou ainda Jerónimo de Sousa, no embate que foi transmitido na TVI.
António Costa e Jerónimo de Sousa confrontam-se em sinal aberto pela primeira vez depois do chumbo do OE2022 a 27 de outubro de 2021, que consequentemente levou à dissolução da Assembleia da República e marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro.
Ainda hoje o secretário-geral do PCP acusou o PS de pedir a maioria absoluta para “ficar com as mãos livres”: “O PS não quer uma maioria absoluta para dar um novo impulso às condições de vida dos trabalhadores e do povo. Quer ficar com as mãos livres para continuar uma política que não serve os interesses dos trabalhadores e do povo”, disse Jerónimo de Sousa, à margem de um encontro com trabalhadores dos CTT – Correios de Portugal, tal como reportou a Lusa.
Este é um dos três debates nos quais Jerónimo de Sousa participará – ou seja, os que se realizam em canal aberto, tal como sucedeu nas eleições legislativas de 2019. Segue-se o debate de 12 de janeiro (quarta-feira) com o PSD, na SIC, e o debate conjunto, com os restantes candidatos, que está marcado para 17 de janeiro, na RTP.
Esta tarde realizou-se o debate entre Catarina Martins (Bloco de Esquerda) e Rui Tavares (Livre), às 18h00 na SIC Notícias, e às 22h00 acontecerá o frente-a-frente entre Francisco Rodrigues dos Santos (CDS-PP) e Inês Sousa Leal (PAN), na RTP3.
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