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Novo crédito ao consumo sobe 14% até outubro para quase 3,9 mil milhões de euros

Os bancos concederam 397 milhões de euros em novos créditos ao consumo em outubro, ascendendo o total desde janeiro aos 3,882 mil milhões de euros, mais 14% do que em 2017, divulgou esta terça-feira o Banco de Portugal.
11 Dezembro 2018, 13h36

De acordo com dados disponíveis na página do Banco de Portugal (BdP), em outubro os bancos concederam empréstimos ao consumo no valor de 397 milhões de euros, mais do que os 353 milhões de euros emprestados em setembro e acima dos 390 milhões de euros de outubro de 2017, apesar dos vários alertas da instituição sobre o risco de sobreendividamento das famílias.

Nos primeiros dez meses de 2018, o montante acumulado de novos créditos ao consumo concedidos às famílias aumentou 14% em termos homólogos, de 3,406 milhões de euros em 2017 para 3,882 mil milhões de euros este ano.

Também hoje, o BdP divulgou que foram concedidos 811 milhões de euros pelos bancos às famílias para empréstimos à habitação em outubro – mais do que os 790 milhões de euros de setembro, os 810 milhões de euros de agosto e os 706 milhões de euros de outubro de 2017 – invertendo a trajetória descendente dos três meses anteriores.

Desde o início do ano foram já emprestados 8,104 mil milhões de euros de novos créditos à habitação, valor que compara com os 6,657 mil milhões de euros concedidos no ano passado entre janeiro e outubro.

Após vários alertas sobre o risco do sobreendividamento das famílias, o BdP lançou em julho novas regras que criam restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, estabelecendo que as famílias apenas podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários.

Em 25 de setembro também o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, advertiu que os bancos devem ter cautela na concessão de crédito, especialmente ao consumo, para não pôr em causa o trabalho feito em tornar as instituições mais sólidas e pediu “vigilância”.

As novas regras foram anunciadas em 01 de fevereiro, tendo o supervisor e regulador bancário justificado que o objetivo é os bancos não assumirem riscos excessivos nos novos créditos e que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas.

Estas limitações surgiram depois do Banco de Portugal ter admitido no início de junho, no Relatório de Estabilidade Financeira, que há “alguns sinais” de sobrevalorização dos preços do imobiliário, embora limitados.

Para já, estas regras são apenas uma recomendação – ainda que os bancos que não as cumpram tenham de se explicar –, mas em maio o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, avisou no parlamento que se os bancos não as respeitarem poderão passar de recomendações a ordens vinculativas.bancos

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