Novo Governo “também vai ter de dialogar com o Chega”, defende Luís Marques Mendes

O novo Governo chefiado por Luís Montenegro terá que ter capacidade de diálogo com o Partido Socialista mas também com os partidos à sua direita, inclusivamente com o Chega, defendeu o comentador Luís Marques Mendes no “Jornal da Noite” da SIC deste domingo.

Para o comentador e antigo líder do PSD, os social-democratas “devem ter grande espírito de diálogo e fazer dois ou três acordos com o PS, como a localização do novo aeroporto, escolha do novo Procurador-Geral da República e a reforma na Justiça.

No entanto, o novo Executivo também vai ter que encetar um diálogo à direita, nomeadamente com o partido liderado por André Ventura: “Também tem de dialogar com o Chega até porque faz todo o sentido que tenha um vice-presidente da Assembleia da República, até porque não se pode menosprezar mais de um milhão de votos”.

Sobre a nova solução governativa, Luís Marques Mendes revelou que houve uma reunião a meio da semana entre Luís Montenegro e Rui Rocha: “Solução pode ser Governo PSD e CDS ou estes dois com Iniciativa Liberal. É um cenário relativamente natural até porque esteve em cima da mesa durante toda a campanha. Talvez aconteça existirem dois ministros da IL e um ministro do CDS. Sem a IL, é de esperar que haja um no máximo dois ministros do CDS”.

Para o comentador, este é um Governo “com um caminho estreito” sendo que “as condições de governação são as piores de sempre”. No entanto, Marques Mendes considera que “um Governo com baixas expectativas pode sempre surpreender porque parte com baixas expectativas”.

“Deve ter ministros experientes com experiência governativa, competência e que conjuguem inovação com experiência; será necessária capacidade de decisão e iniciativa sobretudo nos primeiros 50 dias como a localização do novo aeroporto até porque há eleições europeias em junho; Governo deve ter também grande espírito de diálogo e fazer dois ou três acordos com o PS (localização do novo aeroporto, escolha PGR e reforma na Justiça). Há sete pastas que têm de ser ministros com especial estatuto: assuntos parlamentares, finanças, economia, educação, saúde (SNS), administração interna e justiça (escolha do PGR e combate à corrupção)”, defendeu o comentador.