[weglot_switcher]

Novobanco com lucros de 148,4 milhões no trimestre a subirem 4%

Os certificados de aforro tiraram 2,7% aos depósitos do Novobanco, segundo dados de fevereiro. Na conta de resultados o lucro do Novobanco no primeiro trimestre foi de 148,4 milhões de euros, o que traduz uma subida de 4% face ao trimestre homólogo do ano anterior.
28 Abril 2023, 08h16

O resultado líquido do Novobanco no primeiro trimestre foi de 148,4 milhões de euros, o que traduz uma subida de 4% face ao trimestre homólogo do ano anterior, “em linha com a continuada execução da sua estratégia, evidenciando um crescimento sustentável do negócio, aumento da receita e geração de capital”. O Jornal Económico avança hoje que o banco liderado por Mark Bourke iria apresentar um lucro de cerca de 150 milhões.

A rentabilidade dos capitais próprios é de 20,3% medida pelo resultado antes de Impostos e de Interesses que não controlam sobre capitais próprios médios.

“Os resultados do primeiro trimestre demonstram crescimento consistente e aumento de rendibilidade, excedendo as expetativas”, refere no comunicado o CEO do banco.

A margem financeira totalizou 246,3 milhões (mais 85% que no primeiro trimestre de 2022). Face ao fim de dezembro do ano passado a subida da receita da margem é de 12%, Este aumento é reflexo da melhoria da taxa de juro média dos ativos que superou o aumento do custo de financiamento.

A taxa da margem financeira no período foi de 2,34% acima da projeção para o final de 2023 (2,2%), num contexto em que o crédito a clientes (líquido) se manteve estável face a dezembro ao somar 24,6 mil milhões de euros.

As comissões de serviços a clientes ascenderam a 68,9 milhões de euros, valor idêntico ao do primeiro trimestre de 2022. Assim, o Produto Bancário Comercial totalizou 315,3 milhões (mais 56% que um ano antes e mais 6% que em dezembro), sendo que o Produto Bancário total (que inclui resultados de trading) ascendeu a 323,5 milhões (+4,2% que no trimestre homólogo de 2022), com a performance da Margem Financeira a mais que compensar os efeitos dos ganhos registados no primeiro trimestre do ano passado com as coberturas de taxa de juro.

Os resultados de operações financeiras (ou resultados de trading) foram positivos em 5,8 milhões, tendo as reservas de justo valor da carteira de títulos registado um aumento de 11 milhões de euros durante o primeiro trimestre de 2023, com um decréscimo de 85,6 milhões face ao 1.º trimestre de 2o22 justificado pelos ganhos registados com a cobertura da taxa de juro.

Os outros resultados de exploração – que incluem ganhos com a recuperação de crédito vencido, os resultados da venda de um portfólio de crédito, resultados de imóveis e impostos indiretos – totalizaram +2,4 milhões de euros.

O rácio de eficiência medido pelo Cost-to-Income Comercial situou-se em 35,5%, melhorando face aos 51,2% em março do ano passado e face aos 45,0% em dezembro. Tendo em conta os Custos Operativos  que atingiram 111,9 milhões, o que traduz um aumento homólogo de 8,0%, mas que o banco diz que é equivalente a um aumento de 5,9% (para 104,9 milhões) excluindo os itens de natureza excecional, reflexo da inflação e do continuado investimento na otimização e simplificação da organização. Aqui os custos com pessoal foram de 58,3 milhões.

O montante afeto a imparidades e provisões totalizou 27,7 milhões (dos quais 26,0 milhões para crédito), “reflexo do fortalecimento do balanço do Novobanco”.

Sendo assim o custo do risco fixou-se em 41 pontos base, pior que um ano antes quando era de 34 pb, “incluindo as imparidades para crédito e obrigações corporate”, o que o banco diz que é consistente com o guidance de 2023.

Capital sem os montantes pendentes do Fundo de Resolução

No trimestre, ambos os rácios CET 1 e de solvabilidade total fully loaded apresentaram um aumento de 100 pb no período, para 14,1% e 16,5%, respetivamente. Ambos melhores que no final do ano. Esses rácios são equivalentes a 14,3% e 16,6% em base phased-in.

O Novobanco diz que nenhum dos montantes não pagos pelo Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente foi considerado no cálculo de capital regulamentar. O banco “considera os montantes não pagos relativos ao ano de 2020 e 2021 devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos”.

Recorde-se que, no que respeita ao valor solicitado ao Fundo de Resolução relativo ao exercício de 2020, subsistem duas divergências, entre o Novobanco e o Fundo de Resolução, relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e a valorização de unidades de participação, que estão a ser dirimidas num processo arbitral em curso, no âmbito do qual está ainda a ser apreciada a divergência relativa à aplicação pelo banco, no final de 2020, da opção dinâmica do regime transitório da IFRS 9.

Balanço: Novobanco perde 2,7% dos depósitos para os certificados de aforro

No balanço, o crédito a clientes ficou estável em 25,7 mil milhões de euros (+0,2% face a dezembro de 2022), com uma originação no trimestre de 900 milhões que compensou os aumentos das amortizações, e suportado pela evolução positiva da captação de clientes.

As novas entradas de créditos não produtivos (NPL) mantiveram-se a nível reduzido de 30,5 milhões de euros (0,1% da carteira de crédito performing), contribuindo para uma redução de 87 milhões de NPL no trimestre. O rácio de NPL situou-se em 4,4% (em dezembro era de 4,3%), com aumento do rácio de cobertura de 77,5% para 81,3%.

Já o recursos de clientes somaram 34,2 mil milhões de euros (-1,6% face a dezembro), reflexo da redução dos depósitos no mercado português (-2,7% em fevereiro deste ano), essencialmente justificado por transferências para os Certificados de Aforro.

“Não obstante o menor volume de depósitos, a quota de mercado do Novobanco apresentou um crescimento para 9,4% em fevereiro em linha com os 9,3% em dezembro, com dados recentes de abril de 2o23 a demonstrar um crescimento mensal dos depósitos. O rácio de transformação manteve-se em 85,1%”, segundo a instituição.

“Continuamos com o compromisso de servir as necessidades dos nossos clientes sejam eles empresas, negócios, individuais ou famílias. Reforçamos de forma constante a nossa oferta, suportando os nossos clientes e construindo um Banco português de sucesso, independente e sólido. Em concreto, este progresso é evidente na capacidade de criação de capital (+100pb no trimestre) claramente reconhecido com o aumento de 5 notações de rating atribuído pela agência de rating nos últimos 12 meses. Atualmente, o Novobanco está muito bem posicionado para competir, ganhar e servir os nossos clientes”, refere no comunicado, Mark Bourke.

O Novobanco revela ainda fortes níveis de liquidez com o rácio LCR em 180% (embora pior que em dezembro quando era de 210%) e o NSFR a totalizar 111% (quando em dezembro foi de 113%), a que se juntam as Disponibilidades nos Bancos Centrais e colateral elegível no BCE (buffer de liquidez de 13,2 mil milhões de euros).

A carteira de títulos, que constitui a principal fonte de ativos elegíveis para operações de financiamento junto do Banco Central Europeu (BCE), ascendia a cerca de 11,6 mil milhões em 31 de março de 2023, representando 26,5% do ativo, e da qual 74% encontra-se registado ao custo amortizado, com perdas não realizadas face ao respetivo valor de mercado no valor de 214 milhões (após impostos e coberturas).

Em dívida portuguesa o Novobanco soma 1.142 milhões.

Em 31 de março de 2023, o Grupo Novobanco tinha 4.105 colaboradores  mais que em dezembro que eram 4.090) e o mesmo número de balcões que em 31 de dezembro 2022 (292 balcões), dos quais mais de 252 a operar com o novo modelo de distribuição e mais de 229 equipados com VTM (Virtual Teller Machine).

Por fim o banco revela um aumento de clientes digitais ativos para 62,8% em março de 2023 face a 61,9% em dezembro e que o número de clientes digitais aumentou 13% face a março de 2022. O Novobanco regista ainda um crescimento anual de 19% do número de clientes ativos mobile (50% dos clientes são mobile versus 48% em dezembro).

(atualizada)

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.