Esta semana tornou-se conhecido que o consórcio da Mota-Engil ganhou o concurso para a construção do segundo troço da linha de Alta Velocidade em Portugal porque foi a única empresa que apresentou proposta para o fazer.
Esta quinta-feira, sabe-se que as empresas espanholas que eram concorrentes da Mota-Engil afastaram-se propositadamente do concurso da ferrovia por uma questão de valores. Acciona, FCC, Ferrovial e Sacyr foram as empresas que desistiram de apresentar proposta para esta construção.
Segundo o jornal El Economista, trata-se então de uma repetição do que aconteceu no verão passado, com o concurso da construção do primeiro troço. Na altura, as empresas Acciona, FCC e Ferrovial desistiram da ligação Porto-Aveiro, com exceção da Sacyr, que apresentou uma proposta mas foi considerada inválida por não ter sido processada da forma correta.
As construtoras espanholas justificam a desistência por uma questão de “números económicos”. A publicação aponta que os valores da Infraestruturas de Portugal voltaram a ser “insuficientes” para estas empresas.
Embora o projeto signifique um contrato de concessão de 30 anos para operação e manutenção, na vertente de parceria público-privada, o orçamento-base para a licitação do segundo troço era de 1.604 milhões de euros. Ainda assim, o investimento total está estimado em 1.918 milhões de euros.
Estas empresas espanholas uniram forças através de alianças. Enquanto a Acciona se uniu à FCC e à Ferrovial, a Sacyr decidiu jogar fora de casa e, através das suas subsidiárias portuguesas Somague e Neopul, fez uma aliança com as construtoras portuguesas DST e ACA Engenharia e Construção.
Também a Mota-Engil não foi sozinha à licitação. Tal como no primeiro troço, a construtora liderada por Carlos Mota dos Santos manteve a ligação à Teixeira Duarte, Conduril, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Lineas-Concessões de Transportes.
Restam ainda duas fases do concurso, que visa a ligação entre Soure até Lisboa, passando pelo Carregado. O orçamento total do projeto de Alta Velocidade ascende a oito mil milhões de euros, sendo que o objetivo final será ligar toda a infraestrutura a Vigo, em Espanha.
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