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O século asiático

A Ásia está bem posicionada para as próximas décadas. Referência na inovação, no consumo e no valor associado ao crescimento das suas economias, abre um vasto leque de oportunidades que os investidores não podem ignorar.
  • ©leungchopan – stock.adobe.com
3 Dezembro 2020, 07h16

Há uma década, o mercado de comércio eletrónico chinês representava menos de 1% das vendas globais online. Em 2016, tornou-se no maior do mundo, com mais de 40% do total de transações em valor. Empresas como a Alibaba e a JD.com ganharam perto de mil milhões de clientes, o que equivale a três vezes os consumidores norte-americanos.

Na Índia, a adoção de tecnologias móveis está a crescer a um ritmo surpreende e catapultou o negócio da operadora Reliance Jio, que apostou em serviços acessíveis. Já em plena pandemia, Google e o Facebook investiram individualmente muitos milhões nesta empresa – algo incomum entre os dois rivais – a antecipar projeções de que a operadora poderá chegar aos 500 milhões de assinantes até 2023.

Estes exemplos das duas nações mais populosas do mundo dão-nos pistas sobre o seu dinamismo e ilustram o potencial dos mercados emergentes nas próximas décadas, nomeadamente o dos países asiáticos.

4 razões que contribuem para fazer de XXI o século asiático

Há, em particular, quatro razões para que o século XXI venha a consolidar-se como o século asiático:

  1. Numerosa geração Millennial: cerca de 800 milhões os asiáticos que integram a geração millennial, um número colossal face aos EUA e à União Europeia, em que esta geração se fica, respetivamente, pelos 66 milhões e 60 milhões. 65% destes millennials dos mercados emergentes esperam conseguir viver melhor do que os seus pais, contra percentagem equivalente que, nos países desenvolvidos, perspetiva piores condições de vida. Isto significa que temos na Ásia uma enorme quantidade de consumidores, jovens adultos e ativos, movidos pela ambição e o otimismo.
  2. Classe média em crescimento: em cada dez milhões de consumidores da classe média nove milhões estarão na Ásia, estimou o Brookings Institute, e a maioria viverá na China, Índia e Sudeste Asiático. Prevê-se que em 2025 os gastos desta classe média na região Ásia-Pacífico ultrapassem os do resto do mundo. E há pistas de que estão cada vez a valorizar mais as marcas domésticas: de 17 categorias analisadas pela Mckinsey, os chineses preferem marcas nacionais em 15, incluindo consumo pessoal e eletrodomésticos.
  3. Alta densidade em grandes metrópoles: o crescimento asiático tem sido apoiado pelo “nascimento” de grandes metrópoles. A Ásia tem mais de 300 cidades com mais de um milhão de habitantes, número incomparável às 10 nos EUA ou às 18 na União Europeia. Estas metrópoles de altas densidades apoiam o crescimento das empresas e um círculo virtuoso de escala, que leva aos consumidores mais produtos, serviços e inovação, mais rápido e mais barato. Veja-se o exemplo da app chinesa Didi Chuxing, com uma oferta similar à Uber, mas com dez vezes mais motoristas ativos (neste caso, 30 milhões).
  4. Mais ligados por mobile: a Ásia tem mais de 4 mil milhões de subscritores de telemóveis e mais de 2 milhões de utilizadores de internet – mais do que em qualquer outra região do mundo. Esta é uma base massiva para a escalabilidade das tecnologias ao consumidor e várias tecnológicas – We Chat e Tencent, por exemplo – estão a potenciar caminhos inovadores para cruzar serviços e aplicações que combinam desde e-commerce e transporte partilhado a redes sociais e até seguros.

Estas tendências traduzem-se em crescimento e valor que alguns acionistas estão já captar – quer no mercado de capitais, quer nos ativos privados (private equity, por exemplo). No entanto, a história da ascensão asiática não está isenta de riscos – guerras comerciais, possível fragmentação das práticas 5G, rivalidades regionais, impactos da atual pandemia são algumas das incertezas a considerar.

Ainda assim, não restam dúvidas de que a Ásia está a conseguir reinventar-se em inovação e beneficia do contexto benévolo dos quatro fatores antes apontados. Basta perceber que China e Índia posicionam-se já em segundo e terceiro lugares do ranking global de unicórnios – start-ups avaliadas em mais de mil milhões de dólares – e que a procura global por ativos chineses atingiu novo recorde em plena pandemia – em agosto – com as participações estrangeiras em ações e obrigações a ultrapassar (em moeda local) o equivalente a 150 mil milhões de dólares.

Nota: O conteúdo e referências a empresas são feitos unicamente com propósito informativo e não constituem recomendação de compra ou venda de ativos.

 

Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a Schroders.

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