Operação de compra da Air Europa pelo grupo IAG pode morrer em Bruxelas

A operação de aquisição da transportadora aérea Air Europa pelo grupo IAG, detentor da Iberia e da British Airways, poderá vir a ser chumbada pela Comissão Europeia, com a alegação de que a resposta às exigências de Bruxelas foi insatisfatória, antecipa esta quinta-feira o jornal digital espanhol “El Economista”.

O processo de aprovação começou formalmente no final de 2023, com o abanar de cabeça da Comissão Europeia e o IAG obrigado a refazer as suas intenções iniciais. Mais recentemente, em maio, Bruxelas expressou receios quanto à criação de um possível monopólio em certas rotas domésticas, insulares, europeias e internacionais, principalmente para América do Sul.

Segundo escreve hoje o “El Economista”, “funcionários da Comissão Europeia, encarregados de supervisionar o processo para garantir que este cumpre os critérios de concorrência, informaram ao grupo IAG que não estão satisfeitos com a oferta de compensação apresentada para satisfazer as suas exigências em termos de garantia da concorrência e prevenção afetar os preços dos ingressos”.

O “Financial Times” noticiou anteriormente que o IAG propôs transferir 52% das rotas aéreas operadas pela Air Europa, mas a Direcção-Geral da Concorrência terá contraposto 58%. IAG também propôs converter o aeroporto da capital espanhola Madrid-Barajas  num novo hub intercontinental para concorrer com Paris, Amesterdão (ambos nas mãos da Air France-KLM), Frankfurt ou Berlim (nas mãos da Lufthansa).

Segundo a imprensa do país vizinho, as transportadoras Ryanair, Volotea, Avianca, Binter Canarias, World2Fly e IberoJet manifestaram já interesse nos horários e rotas que o IAG deixar disponíveis para a concorrência nos seus intentos de convencer a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão.

De referir que o IAG aprovou, em fevereiro de 2023, a compra dos 80% da Air Europa detidos companhia aérea espanhola Globalia a troco de 400 milhões de euros, depois de executar um empréstimo convertível de 100 milhões de euros concedido durante a pandemia à Globalia.

Bruxelas tem até 20 de agosto para decidir se aceita ou chumba a fusão.