Procura no sector da aviação em linha para superar valores de 2019
O sector da aviação global deve ultrapassar este ano a procura registada em 2019, último ano antes da pandemia, embora com alterações consideráveis no mercado. Quem o diz é a consultora Bain & Company, que estima ainda que as companhias aéreas de baixo custo continuem a expandir a sua quota de mercado a nível global, muito à conta dos mercados europeu e asiático, estando em linha para representarem quase metade dos voos de curta distância até 2030.
O relatório da consultora sobre o mercado de aviação comercial fala numa procura em 2024 acima da registada no último ano da Covid-19, que causou uma disrupção profunda no sector. Esta projeção é baseada na receita por passageiros/quilómetros, detalha o estudo, que fala ainda em projeções até 2030 largamente inalteradas em termos gerais, mas com “alterações significativas nas previsões para regiões e países específicos”.
Em particular, os voos intrarregionais no continente asiático registarão o maior aumento da procura a nível global, disparando 59% até 2030 em relação a 2019. Também os voos intrarregionais europeus terão um crescimento assinalável, com 30%, embora mais próximo dos 28% nas ligações entre a América do Norte e Ásia ou dos 27% nos voos intrarregionais dentro da América do Norte.
Ainda assim, as perspetivas de procura até 2030 para viagens intrarregionais na América do Norte caíram em mais de 2 pontos percentuais, fruto de um desempenho mais fraco do que o esperado no trimestre anterior e de uma queda nas previsões macroeconómicas. Em sentido inverso, perspetivas de procura intrarregional da Europa aumentaram mais de 5 p.p., o equivalente a 5 mil milhões de dólares (4,69 mil milhões de euros) em receitas.
Um outro fator a ter em conta prende-se com as iniciativas de descarbonização e o seu impacto no sector. Para os países nórdicos, por exemplo, onde o preço das emissões de gases com efeitos de estufa tem vindo a aumentar, o crescimento da procura irá abrandar significativamente, podendo mesmo verificar-se uma redução dos passageiros na Suécia, aponta o estudo.
