Paulo Rangel afirmou esta sexta-feira que está aberto a que sejam antecipadas ainda mais as diretas do partido, considerando, no entanto, que o assunto se torna secundário face à disputa de poder no PSD e do lugar de candidato a primeiro-ministro nas próximas legislativas. Numa entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Rangel reiterou que o seu adversário é António Costa, não Rui Rio, e voltou a descartar acordos de bloco central ou com o Chega.
O eurodeputado candidato à liderança social-democrata começou por criticar a mudança de intenção do atual líder, Rui Rio, relativamente à data das eleições, lembrando que este “teve três posições num mês”, o que “não oferece estabilidade nem credibilidade ao partido”.
“Eu desde início disse que queria diretas o mais cedo possível e com os prazos mais curtos possíveis”, recordou Rangel, que se mostrou aberto a uma antecipação do ato eleitoral interno. Ainda assim, “aquilo que os portugueses querem não é discutir prazos”, observou, pelo que o foco está agora em “colocar o PSD em condições de ser alternativa ao PS e de ganhar as legislativas”.
“O meu adversário é António Costa, não é o Presidente da República nem Rui Rio, um companheiro que respeito”, esclareceu, sem porém deixar de relembrar que não anda “no Twitter a atacar ninguém”.
Rangel também aproveitou para puxar a fita atrás até à crise dos professores, quando o “PSD se juntou ao BE e ao PCP e depois recuou”, perdendo, segundo o candidato, um boa oportunidade de colocar em xeque o Governo. Até porque “foi a primeira e única vez que António Costa se ameaçou demitir”.
Para o candidato à liderança do PSD, “um voto no PS é, hoje, um voto inútil”, ilustrando o insucesso da política do atual Executivo com as situações nas urgências, educação, combustíveis, energia elétrica, transportes.
“Tudo isto é resultado de seis anos de governação de António Costa”, resumiu.
Sobre a perspetiva de umas eleições legislativas sem maioria absoluta para nenhum partido, Rangel voltou a descartar acordos com o PS numa solução de bloco central ou com o Chega, voltando-se para os “partidos moderados do centro e centro-direita”. Questionado se esta rejeição à partida seria falta de prudência, especialmente dada a probabilidade de um resultado que não permita a nenhum partido formar Governo maioritário sozinho, Rangel contrapõe que esta “é clareza”.
“Estamos num pântano político porque António Costa não é claro”, argumenta, mencionando os acordos com as várias bancadas do parlamento durante os últimos anos.
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