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Pedro Adão e Silva: “Golpe de Estado” levou à demissão de António Costa

“Tivemos um golpe de Estado em Portugal, mas de uma natureza nova (uma remoção de um primeiro-ministro, perpetrada por meios não violentos)”, escreve o ex-ministro da Cultura, num artigo de opinião publicado no “Público”.
Mário Cruz/Lusa
3 Julho 2024, 11h47

Pedro Adão e Silva considera ter havido um “golpe de Estado” que levou à demissão de António Costa, em novembro do ano passado. “Se se parece com um golpe de Estado e se age como um golpe de Estado, então o mais provável é tratar-se de um golpe de Estado”, escreve o antigo ministro da Cultura, num artigo de opinião no “Público”, que intitulou de “Comecemos pelo teste do pato”.

“Tivemos um golpe de Estado em Portugal, mas de uma natureza nova (uma remoção de um primeiro-ministro, perpetrada por meios não violentos)”, escreve Adão e Silva. “Afinal, se há muito que sabemos que as ameaças totalitárias não se apresentam apenas em marchas de botas cardadas, mas, também com vestes mais subtis, então também os golpes de Estado não têm de ser conduzidos por militares em chaimites”, acrescenta.

O antigo ministro considera que “o problema da justiça não é nem a autonomia, nem a independência, mas, sim, o funcionamento e a responsabilidade hierárquicos no Ministério Público”, sublinhando que “qualquer intenção de aumentar o controlo político sobre o sistema judicial é mesmo uma emenda pior do que o soneto”.

Recorde-se que António Costa demitiu-se a 7 de novembro do ano passado, no seguimento de buscas realizadas, entre outros locais, ao gabinete do primeiro-ministro, onde foram encontrados 75.800 euros, pertencentes a Vítor Escária.

Nesse dia, a Procuradoria-Geral da República emitiu um comunicado sobre as buscas, onde escreveu, no último parágrafo, de que o primeiro-ministro estava a ser alvo de um inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, depois de ter extraído uma certidão da Operação Influencer.

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