O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, rejeitou retrair-se das recentes declarações sobre os deputados que acompanharam a comissão parlamentar de inquérito à TAP, apesar dos apelos do presidente desta comissão, o também socialista António Lacerda Sales.
“Acho que há uma reflexão a fazer e percebo que nem todos os deputados têm esse mesmo espírito crítico em relação a estes trabalhos e na forma como estes se transformam e traduzem num longo comentário televisivo, como se se tratasse de um ‘reality show’. Penso que isto que eu disse é acompanhado por muitos portugueses”, disse
Em entrevista à “CNN Portugal”, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva identificou uma “degradação do ambiente político” e comentou que “os deputados [da CPI TAP] são uma espécie de procuradores do cinema americano de série B da década de 80”.
Apesar de não retirar as palavras proferidas em entrevista no final da semana passada, Adão e Silva explicou que nunca pretendeu ofender a Assembleia da República e referiu que “não está escrito em nenhum lado que os ministros devem suspender o seu espírito crítico em relação àquilo que é funcionamento do Parlamento”.
O governante considerou ainda “um pouco surpreendente que ninguém se inquiete com apreensões de telemóveis na CPI ou com perguntas sobre com quem que se está a trocar mensagens de SMS, com inquirições noite dentro”.
As afirmações de Adão e Silva já lhe renderam alguma críticas. A socialista Alexandra Leitão classificou as declarações como “infelizes” e o presidente da comissão de inquérito à TAP, António Lacerda Sales, considerou-as “uma falta de respeito”. Do lado da IL acusaram o ministro de “pouca cultura democrática”.
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