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“Peregrinos não são hóspedes de hotéis”. Ocupação hoteleira aquém do previsto na semana da JMJ

“Já tínhamos dito que a JMJ, nesta semana e em Lisboa, não era obviamente um momento alto para a hotelaria. Os peregrinos não são por definição hospedes de hotéis”, disse Cristina Siza Vieira, presidente da Associação da Hotelaria em Portugal, em entrevista ao JE.
2 Agosto 2023, 07h30

A Jornada Mundial de Juventude (JMJ) deverá fazer com que um milhão a 1,5 milhões de pessoas estejam em Lisboa para a celebração deste evento. No entanto, e ao contrário do que se podia prever, essa chegada massiva de pessoas não significa que os hotéis estejam completamente cheios.

Em entrevista ao Jornal Económico, a vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria em Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, explicou que apesar da taxa de ocupação ser boa, a mesma fica aquém do esperado.

“Já tínhamos dito que a JMJ, nesta semana e em Lisboa, não era obviamente um momento alto para a hotelaria. Os peregrinos não são por definição hospedes de hotéis”, disse ao JE Cristina Siza Vieira.

Esta dirigente recorda que a AHP fez um estudo e que “na altura previa-se que pudesse acontecer uma boa taxa de ocupação, na ordem dos 91%”, referiu, salientando no entanto, que as projeções mais recentes apontam para que “vamos ficar aquém disso nos 85% ou 86%, o que é bom para a hotelaria nesta semana”, sublinhou a dirigente da AHP.

Apesar de a JMJ trazer muitas pessoas a Portugal, segundo Cristina Siza Vieira, também afasta outras. “Há pessoas que viriam se não fosse pela Jornada. Devido à JMJ a cidade está mais condicionada, com mais enchentes, mais fluxo de turismo o que faz com que, naturalmente, muita gente que era para vir acabe por adiar a sua viagem”, apontou.

Segundo o estudo da AHP, divulgado a 13 de julho, “a percentagem de reservas, ao tempo do inquérito, situava-se nos 59% e os hoteleiros perspectivaram que a taxa de ocupação pudesse atingir os 91%”.

No que diz respeito “ao preço médio para estes dias, os hoteleiros responderam, que o mesmo poderia situar-se nos 219 euros, mas quando falamos da hotelaria da cidade de Lisboa, a média dos respondentes indicava que o preço médio pudesse alcançar os 225 euros”.

Espanha, Portugal, Estados Unidos da América, França, Brasil e Itália foram na altura os principais mercados apontados pelos hoteleiros para a semana da JMJ, sendo que a AHP adiantou que irá proceder a um inquérito pós-evento para perceber o real impacto na hotelaria.

A JMJ tem início esta terça-feira e o Papa Francisco chega a Portugal no dia 2 de agosto e vai estar 128 horas em Lisboa. Até ao início de julho, 313 mil peregrinos, de 151 países diferentes. Estima-se que, no total, a JMJ vá custar cerca de 160 milhões de euros.

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