Um eventual ataque de Israel aos terminais de exportação do Irão pode reduzir a oferta em cerca de 1,5 milhões de barris por dia, avançou, esta segunda-feira, o “El Economista” citando previsões do banco norte-americano Citi.
Os analistas desta entidade destacam no seu último relatório vários cenários, dependendo de como for o ataque de Israel. Para o Citi, o pior cenário, decorrerá “se Israel atacasse os terminais de exportação do Irão e destruísse 90%, o que reduziria a oferta em cerca de 1,5 milhões de barris de petróleo por dia”, uma vez que também é preciso ter em conta que boa parte do petróleo bruto iraniano tem como destino o mercado interno.
Assim, o verdadeiro perigo reside na possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, passagem estratégica para matérias-primas que, segundo dados da Administração de Energia dos Estados Unidos, é a zona por onde passa 20% do abastecimento mundial de petróleo bruto, cerca de 20 milhões de barris de petróleo por dia. Isto significaria uma deterioração na oferta suficiente para desencadear em muito os preços do petróleo bruto.
Por sua vez, o Bank of America destacou no último trimestre do ano passado que “se o Estreito de Ormuz fosse fechado por um período de tempo significativo, o petróleo poderia ultrapassar os 250 dólares”.
No mesmo sentido, Thomas Hempell, analista macro da Generali AM, reconheceu que “um evento extremo deste tipo poderia aumentar significativamente os preços do petróleo devido à escassez de oferta”. Já o Citi insiste que “qualquer encerramento do Estreito de Ormuz representará um ponto de viragem para o mercado petrolífero global e para a economia mundial”.
O Citi alertou que seria um problema realmente preocupante para o mercado o encerramento do Estreito de Ormuz, embora não seja impossível de solucionar. “Se ocorrer, os mercados de petróleo vão entrar em águas desconhecidas, e os preços provavelmente vão disparar em relação aos máximos históricos. Acreditamos que seria algo temporário à medida que as forças de mercado se adaptassem e procurassem rotas alternativas”.
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