A startup portuguesa UpHill recebeu, no início deste ano, a certificação que assemelha o seu software a um dispositivo médico de classe IIa. No fundo, e como nos explica o CEO Eduardo Freire Rodrigues, esta certificação ao produto da UpHill iguala-o a, “por exemplo, uma bomba de insulina”. “É o mesmo nível de exigência, que é bastante elevado e, inclusivamente, este tipo de certificações não podem ser obtidas ao nível nacional, só internacional”.
Esta distinção valida a fiabilidade e segurança da plataforma da UpHill, que já é implementada em mais de 40% das Unidades Locais de Saúde nacionais e ainda em hospitais privados. No ano passado, a revista Wired distinguiu a startup portuguesa como um dos melhores negócios do ano.
Eduardo Freire Rodrigues indica que a certificação “é um processo muito longe, onde são avaliadas a segurança, o desempenho, a efetividade e a eficácia do dispositivo médico em vários contextos de utilização e onde todos os processo de produção deste dispositivo médico, que no nosso caso é um software, são auditados internacionalmente”.
Ao Jornal Económico, o CEO da tecnológica médica indica que estas certificações trazem “um nível de credibilidade, robustez e diferenciação muito grande, em que se separa o trigo do joio, por assim dizer”.
Atualmente, ainda são raros os casos em que os softwares são certificados como dispositivos médicos. “Diria que se contarão com os dedos de uma mão”, aponta o CEO da UpHill. A nível de semelhança com a plataforma portuguesa, “que é orquestração de cuidados, ou seja, coordenar tarefas, automatizar uma parte dessas tarefas e suportar a decisão para os profissionais”, Eduardo Freire Rodrigues sustenta que deverá existir mais um.
O CEO adianta que esta certificação mostra que a UpHill “tem efetivamente conformidade” com todas as regras a nível europeu, e isso ficou demonstrado nas duas auditorias internacionais em que a startup portuguesa teve de apresentar toda a documentação sobre a arquitetura do projeto. “A classe IIa significa que existe, no fundo, um risco moderado na implementação deste software, mas obviamente que também existe um benefício moderado”.
Mediante esta certificação, que coloca a UpHill ao nível de várias invenções médicas de extrema importância, como a bomba de insulina ou mesmo o pacemaker, o responsável da startup adianta que iniciaram o processo de obtenção em 2019. “É um processo muito longo, um investimento muito grande, de centenas de milhares de euros”, com a UpHill a investir meio milhão de euros para conseguir distinguir-se no mercado.
Eduardo Freire Rodrigues sustenta ainda que este diploma abre ainda um novo mercado para a plataforma, uma vez que entra em conformidade com todas as geografias europeias, mesmo as mais exigentes, entre as quais o CEO destaca a alemã.
A startup já conseguiu captar mais de 12 milhões de euros desde a sua fundação, em 2015, sendo utilizado várias unidades hospitalares em Portugal e ainda em áreas distintas. Tem atualmente operação em Espanha e no Reino Unido.
Contudo, e com o crescimento da operação, a UpHill inaugura esta segunda-feira, 10 de fevereiro, um novo escritório com 1.000m², tendo ainda aberto de candidaturas, especialmente dedicados ao segmento de software e de inovação.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com