Os preços do gás deverão permanecer em alta até ao próximo ano. A análise é efetuada pela Crédito y Caución, que alerta para a elevada volatilidade do mercado do gás, “apesar do reequilíbrio de 2023”.
Numa nota de análise, a seguradora explica que “os preços do gás irão permanecer elevados até meados desta década, à medida que os mercados globais de gás continuam a ajustar-se à perda de fornecimento do gás russo por gasoduto para a Europa”. “Isto terá um impacto nos preços noutras regiões importadoras, embora os efeitos na Ásia sejam atenuados pela indexação de muitos contratos a longo prazo aos preços do petróleo. Após 2025, a melhoria da capacidade de transporte de gás natural liquefeito irá remodelar o mercado do gás, reduzindo os preços nas principais regiões”, acrescenta.
Segundo a Crédito y Caución, considerando “um cenário de base que tem em conta apenas os compromissos já anunciados, a procura mundial de gás cairá 7% em 2030 e 42% em 2050, em comparação com os níveis atuais. As previsões para a Europa neste cenário de base apontam para uma redução de 28% até 2030. Num cenário de emissões líquidas nulas até 2050, o declínio global atingiria 78% em 2050”.
“O mercado do gás reequilibrou-se progressivamente em 2023, após um ano de fortes tensões decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Em dezembro de 2023, os preços do gás registaram quedas homólogas de 68% nos Estados Unidos, 54% na Europa e 39% na Ásia. Apesar desta descida global, a volatilidade do mercado do gás permanece elevada e os preços continuam muito acima das suas médias históricas, tanto na Ásia como na Europa”, analisa
De acordo com a Crédito y Caución, “a quota do gás no cabaz energético diminuirá à medida que as energias renováveis ganharem quota de mercado, mas menos do que a do petróleo”.
Quanto aos mercados, China, Índia e Médio Oriente vão continuar como principais fontes de crescimento da procura nas próximas décadas. Por outro lado, os mercados europeu, japonês e americano vão passar por uma “contração da procura”. Os EUA são atualmente o maior fornecedor mundial de gás natural, seguidos da Rússia e do Irão. “No cenário de base, espera-se que a Rússia seja o maior fornecedor até 2050, seguida pelos EUA e pelo Qatar”, acrescenta a mesma nota.
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