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CEO do JPMorgan surpreendido com o preço do petróleo e do gás

Jamie Dimon disse que, a ver pelas convulsões que acontecem um pouco em todo o mundo, o petróleo não deveria estar a ser vendido a 88 dólares. “Não é preciso muito para que ele chegue aos 120 dólares”. Mas, para já, não aconteceu.
24 Abril 2024, 17h08

Jamie Dimon, presidente-executivo do poderoso JPMorgan, disse, falando no Clube Económico de Nova Iorque, estar “um pouco surpreendido” com o facto de as tensões geopolíticas não estarem a ter um impacto maior nos preços do petróleo e do gás, segundo reportagem do “Financial Times”. Dimon disse que a economia norte-americana está “em crescimento”, mas alertou que está “do lado cauteloso” sobre a eventualidade de haver “um pouso suave” – ou seja, a permanência de condições para que não haja turbulência nos mercados.

Segundo o FMI, prevê-se que os Estados Unidos cresçam duas vezes mais depressa este ano que qualquer outra economia do G7, graças aos gastos e investimentos das famílias – o que contraria os temores dos últimos dois anos de que a rápida série de aumentos de juros do Reserva Federal (Fed) levaria a economia a uma recessão. Em vez disso, o FMI projetou que a economia dos EUA crescerá 2,7% este ano e 1,9% no ano que vem, depois de se expandir a uma taxa anual de 3,4% no último trimestre de 2023. Por curiosidade, o mesmo FMI manteve a sua previsão de que o crescimento da China em 2024 será de 4,6% (face aos 5,2% em 2023), com uma queda adicional para 4,1% em 2025.

“Estamos em boa forma e, até agora, parece esse tipo de cenário de pouso suave”, disse Dimon. “Mas coloque-me do lado cauteloso da questão.” O CEO recordou que como líder do maior banco dos EUA em ativos, costuma usar os seus comentários públicos para opinar sobre questões muito além de Wall Street. Neese quadro, disse que ficou surpreendido que as tensões geopolíticas não tenham tido um impacto maior no preço do petróleo, que está a ser negociado a cerca de 88 dólares o barril.

“Estou um pouco surpreso que as coisas não tenham piorado para petróleo e gás”, disse, citando riscos de ataques à infraestrutura de energia. “Não é preciso muito para fazer os preços do petróleo e do gás voltarem a 120 dólares ou mais.”

Em termos mais políticos, Dimon disse pretender que o próximo presidente, seja ele quem for, “coloque o outro partido no seu gabinete”.

“Eu gostaria de ver os profissionais voltarem ao governo, como todos nós.” Dimon também elogiou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que está em campanha para mais um mandato de cinco anos. “Modi fez um trabalho inacreditável na Índia”, disse. “Tirou 400 milhões de pessoas da pobreza”.

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