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Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva é atribuído a Lídia Jorge

Lídia Jorge venceu a segunda edição do Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, depois de João Barrento. O prémio no valor de 20 mil euros enaltece os seus “invulgares méritos” e projeção internacional.
  • Lídia Jorge © João Pedro Marnoto
28 Abril 2023, 18h10

A escritora Lídia Jorge revelou-se com “O Dia dos Prodígios”, romance publicado em 1980, onde a linguagem oral, o recurso frequente ao discurso indireto livre e a liberdade de pontuação, ajudam à evocação de um mundo rural perdido.

Saltando no tempo, convocamos “O Vento Assobiando nas Gruas”, publicado em 2002, onde retrata a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. Com ele venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (2003), o prémio Correntes d’Escritas (2004), o Prémio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass (2005), na Alemanha, e o Prémio do Público (2005), no Salão de Literatura Europeia, em Cognac, na França.

Para agora remetermos para o mais recente galardão, o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores em parceria com a Câmara Municipal de Braga, cujo júri decidiu, por unanimidade, premiar Lídia Jorge na sua 2ª edição.

Referindo-se à autora de “Os Memoráveis” como uma “personalidade de invulgares méritos e reconhecimento da actividade cultural”, os elementos do júri justificaram esta atribuição considerando “o percurso notável da escritora, romancista, poeta, autora de obras marcantes nos domínios do conto e da crónica, com numerosas e aplaudidas traduções em diversas línguas.”

O Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva foi criado em 2021 e é atribuído de dois em dois anos. O primeiro vencedor foi o ensaísta e tradutor João Barrento. No passado, quando era designado apenas por Prémio Vida Literária, foi entregue, entre outros autores, a José Saramago, Manuel Alegre, Óscar Lopes, Urbano Tavares Rodrigues, Maria Velho da Costa.

Os seus textos têm sido adaptados para teatro, televisão e cinema e têm sido distinguidos com os principais prémios literários nacionais. Encontra-se amplamente traduzida e publicada no estrangeiro, e tem sido agraciada com prémios internacionais, como o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara e o Prémio ALBATROS da Fundação Günter Grass.

De entre os seus livros destacam-se “A Costa dos Murmúrios”, “O Vale da Paixão”, “Os Memoráveis” e “Estuário”, publicados pela Dom quixote. O seu romance mais recente, “Misericórdia”, foi lançado em outubro de 2022.

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