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Presidente moçambicano afirma que FMI vai manter programa de assistência

“Recebemos garantias de continuidade, por parte do FMI, da assistência nos esforços de Moçambique visando o crescimento económico e a estabilidade macroeconómica, através dos financiamentos no quadro do Mecanismo de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês)”, afirmou Daniel Chapo, numa mensagem na sua conta oficial na rede social X.
20 Fevereiro 2025, 12h32

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou, esta sexta-feira, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai manter o programa de assistência ao país, cujo último desembolso foi feito em julho, após reunir-se em Maputo com representantes da instituição.

“Recebemos garantias de continuidade, por parte do FMI, da assistência nos esforços de Moçambique visando o crescimento económico e a estabilidade macroeconómica, através dos financiamentos no quadro do Mecanismo de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês)”, afirmou Daniel Chapo, numa mensagem na sua conta oficial na rede social X.

O chefe de Estado acrescentou que a “garantia foi dada” por Pablo Lopez Murphy, chefe da delegação do FMI em Moçambique, após a reunião na Presidência da República, esta manhã, em Maputo.

“Como Governo, vamos continuar a empregar todo o esforço necessário, visando atrair parcerias estratégicas que permitirão alcançar, muito rapidamente, o tão almejado desenvolvimento socioeconómico do nosso país, para aliviar o custo de vida do nosso povo”, acrescentou Chapo.

O atual programa de assistência ECF foi aprovado em maio de 2022 e prevê um financiamento total de 456 milhões de dólares (421,3 milhões de euros) a Moçambique, em 36 meses, com mais de 100 milhões de euros ainda por receber.

A 9 de outubro do ano passado, Moçambique realizou eleições gerais, num escrutínio em que Daniel Chapo foi proclamado o quinto Presidente de Moçambique e que envolveu forte contestação e agitação social desde então, com sucessivas manifestações e paralisações, em que atualmente, a população reclama, entre outros, pelo elevado custo de vida e falta de emprego.

Em julho de 2024, o FMI anunciou o desembolso imediato de mais de 60 milhões de dólares (55,5 milhões de euros) de apoio a Moçambique, ao abrigo do programa de assistência ao país ECF.

Num comunicado divulgado na altura, o FMI referiu que o conselho executivo concluiu o processo de consulta regular com Moçambique relativo a 2024 e a quarta avaliação do acordo de ECF a 36 meses, o que “permite um desembolso imediato” equivalente a 60,03 milhões de dólares “utilizáveis para apoio orçamental”, elevando os desembolsos totais a Moçambique, ao abrigo deste programa de assistência, a 330,14 milhões de dólares (304,9 milhões de euros).

“O acordo ECF de três anos visa apoiar a recuperação económica de Moçambique e reduzir a dívida pública e as vulnerabilidades de financiamento, promovendo ao mesmo tempo um crescimento mais elevado e mais inclusivo através de reformas estruturais”, explicava-se no comunicado do FMI.

Na quarta avaliação, o Fundo referiu que o desempenho do programa “foi misto”, com três dos quatro indicadores de referência estruturais cumpridos e dois dos quatro critérios de desempenho quantitativos observados.

O incumprimento de parte dos objetivos por Moçambique foi ultrapassado face às “medidas corretivas adotadas pelas autoridades”, bem como pela sua “natureza menor e temporária”, nomeadamente ao nível da não acumulação de novos atrasados de pagamentos externos públicos e no “critério de desempenho relativo ao saldo primário interno, que não foi cumprido, em parte devido a despesas com massa salarial e serviço da dívida superiores ao esperado”.

Citado no comunicado, o diretor-executivo adjunto do Fundo, Bo Li, reconhece que os esforços das autoridades moçambicanas “para garantir a disciplina fiscal são bem-vindos”.

“É necessária uma maior consolidação fiscal, dada a elevada dívida de Moçambique e as condições de financiamento restritas. Neste sentido, a mobilização de receitas e a racionalização das despesas com a massa salarial são essenciais para criar espaço fiscal para despesas sociais e de desenvolvimento de alta prioridade. Melhorar a execução das despesas sociais e evitar futuros pagamentos em atraso continuam a ser fundamentais”, afirma Bo Li.

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