[weglot_switcher]

“Próximos dois anos serão cruciais para o investidor americano em Portugal”, diz mediador imobiliário dos EUA

Anthony Domathoti, presidente da mediadora norte-americana EXIT Realty Premium, defende que as medidas fiscais portuguesas vão determinar o investimento no mercado imobiliário vindo dos EUA. Por sua vez, João Teodoro do Conselho Federal de corretores de imóveis do Brasil, considera que os preços em Portugal “são razoáveis”.
4 Julho 2024, 11h31

Os investidores norte-americanos têm vindo a assumir-se como uma das principais nacionalidades no mercado imobiliário em Portugal, país que se tornou atrativo pela hospitalidade, paz e as políticas governamentais, que para Anthony Domathoti, presidente da mediadora norte-americana EXIT Realty Premium vão definir a estratégia dos norte-americanos a breve prazo no nosso país.

“Os próximos 18 a 24 meses vão ser cruciais para perceber como é que as medidas fiscais portuguesas vão impactar o investimento americano em Portugal. A recuperação pós-Covid em Portugal revelou-se muito positiva para os investidores americanos”, afirmou no painel de debate da conferência da APEMIP, que decorre no CCB em Lisboa esta quarta-feira.

O responsável da mediadora aponta que os investidores norte-americanos procuram três áreas específicas em Portugal no segmento imobiliário: residencial, hotelaria e retalho, e em regiões como Lisboa, Porto e Algarve.

Outro dos clientes internacionais que mais tem investido em Portugal é o Brasil, que neste painel se fez representar por João Teodoro,  presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis do Brasil (Cofeci-Creci) revelando que os brasileiros procuram essencialmente uma segunda ou terceira residência.

“O problema dos preços em Portugal não é tão grande, são até razoáveis quando comparamos com outros países da Europa. O maior problema é mesmo o câmbio e isso dificulta quem quer vir do Brasil para investir em Portugal, assim como a burocracia”, afirmou, acrescentando que atualmente existem 250 mil brasileiros com propriedades no nosso país, que continua a ter no Algarve a sua região de eleição.

Presente neste painel esteve também Patrícia Barão, Head of Residential da consultora JLL, que realçou que se sente um arrefecimento do mercado residencial que já vem desde o final de 2022. “Mas quando olhamos para o mercado internacional em 2023 vemos que 8% de todas as transações feitas foram a clientes estrangeiros, quando em 2022 tinha sido de 6% e o volume de investimento passou de 11% para 13%”, salientou.

Sobre a questão dos preços, Patrícia Barão destacou que os preços em Portugal nos últimos cinco anos aumentaram 49%, mas quando olhamos para Londres, Paris ou Milão não vemos esse aumento, porque a oferta em Portugal não acompanhou a procura. “Sinto que cada vez mais vivemos num país com condições incríveis e onde o custo de vida é muito relevante para um investidor americano ou brasileiro. Oferecemos imobiliário com preços relativamente mais baixos em comparação com a Europa”, sublinhou.

Em relação às principais nacionalidades, a responsável destacou os ingleses e franceses, na ordem dos 17% a 18%, mas depois os norte-americanos que estão a aumentar de forma exponencial o investimento em Portugal. “Temos um país que é altamente atrativo para uma série de nacionalidades e por motivos diferentes. Está mas muito mais ligado à notoriedade do país e a confiança que queremos passar”, referiu.

Por outro lado, Patrícia Barão assume que quando temos uma alteração que impacta o mercado internacional, há uma noção de que não há uma estabilidade em relação às medidas que o governo implementa, destacando um arrefecimento em alguns segmentos do mercado como a reabilitação urbana que verificaram um abrandamento de nacionalidades europeias nesse segmento.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.