O PSD quer ouvir no Parlamento a ministra do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a ação dos ministérios relativamente aos lares.
O grupo social-democrata entregou esta segunda-feira um requerimento na Comissão de Trabalho e Segurança Social no qual pede as audições das duas governantes “para, em cumprimento do dever de fiscalização da Assembleia da República, ser apurada a actuação dos respetivos Ministérios no que respeita aos estabelecimentos destinados aos cidadãos mais idosos”.
O pedido surge depois da polémica entrevista de Ana Mendes Godinho do semanário “Expresso”, na qual disse não ter lido os relatórios sobre o surto no lar de Reguengos de Monsaraz, embora tenha admitido falta de funcionários nestas instituições. A ministra disse ainda que a dimensão dos surtos de Covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”, levando à indignação da oposição.
“É, pois, essencial e urgente esclarecer cabalmente a atuação dos Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, nas respetivas áreas de atuação, relativamente aos lares de idosos, bem como dar a conhecer as medidas e ações para este sector, quer a nível de recursos humanos, especialmente em termos de pessoal clínico, quer de financiamento e regras de conduta, neste último caso particularmente em termos de planos de contingência, com vista a minimizar ou evitar o aparecimento de novos surtos de Covid-19 nas referidas instituições”, referem os deputados sociais-democratas.
Para o grupo parlamentar do PSD, “a incapacidade que o Governo tem revelado em prevenir e combater a recorrente ocorrência de surtos em lares é gravíssima e ficou patente, uma vez mais, numa recente entrevista prestada pela Ministra do Trabalho e Segurança Social ao semanário Expresso”.
Quer o Chega, quer o CDS-PP já pediram a demissão de Ana Mendes Godinho, cujo ministério em comunicado considerou que as declarações ao “Expresso” foram descontextualizadas.
Esta terça-feira, Ana Mendes Godinho garantiu que “desde o início que os lares têm sido uma prioridade total do Governo e de todos nós”. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social explicou, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela Sic Notícias, que pediu à Segurança Social que fizesse no dia 12 de julho uma avaliação e “desencadeasse uma análise do que se passava em Reguengos, o que a Segurança Social fez no dia 14 de julho. No dia 16 de julho este relatório foi enviado para o Ministério Público, que é onde tem estado a ser avaliada toda a situação”.
A ministra disse ainda já ter lido todos os relatórios sobre a situação nas IPPS daquela localidade e que “claramente os lares foram uma prioridade assumida desde o início, atendo ao risco e idade das pessoas. Mais de 50% das pessoas que estão nos lares do país têm mais de 80 anos”.
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