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PSP detém ativistas ambientais na Maratona de Lisboa patrocinada pela EDP

Os ativistas preparavam uma “ação ilícita” com “tarjas e tinta” na maratona organizada pela EDP, segundo a PSP. No sábado, este grupo de ativistas partiu um vidro na entrada da sede da REN.
Climáximo
8 Outubro 2023, 10h16

A PSP deteve hoje 12 ativistas do grupo Climáximo em Cascais, junto do local de partida da Maratona de Lisboa que é patrocinada pela EDP. Vários dos ativistas encontram-se ainda nas instalações da PSP de Cascais, “não tendo qualquer informação sobre quando poderão estar em liberdade”.

“Esta manhã, num local público próximo da partida da maratona EDP, em Cascais, dez agentes à paisana, vestidos com o equipamento oficial da corrida, detiveram doze apoiantes do Climáximo que estavam reunidos a conversar, levando-os para a Divisão Policial de Cascais, onde tiveram de permanecer 2 horas. Desconhecem-se os motivos da detenção”, segundo comunicado da Climáximo divulgado esta manhã.

Por sua vez, a PSP confirmou a interceção de vários ativistas da Climáximo com “tarjas e com tinta” que “preparavam uma ação ilícita” tendo sido todos “identificados e constituídos arguidos”, disse fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, citada pela “Agência Lusa”.

Segundo a ativista Maria Mesquita da Climáximo, “esta manhã, estávamos sentados perto do local da maratona da EDP, como tantas outras pessoas, quando fomos abordados por 10 polícias à paisana que nos identificaram e trouxeram ilegalmente para a divisão policial de Cascais. Isto sem nunca identificarem qualquer base legal para a nossa detenção. É nisto que a EDP e Governo escolhem gastar os seus recursos e os recursos do Estado, em vez de garantir a requalificação das centenas de trabalhadores que foram despedidos quando fecharam a central termoeléctrica de Sines, em vez de desmantelar e garantir a transição justa para as centrais fósseis ainda em funcionamento em Portugal e em vez de se garantir que cumprimos os limites definidos pelas Nações Unidas, que garantem a segurança e os direitos das pessoas face a esta guerra declarada pela indústria fóssil e pelos governos”, segundo o comunicado.

Por sua vez, o ativista Hugo Fonseca disse: “Hoje iria realizar-se uma manifestação pacífica de denúncia aos crimes da EDP, que não aconteceu”, e recorda que “foi retirado a estas pessoas o direito democrático à associação, livre circulação e protesto”.

Estes ativistas têm estado bastante ativos nas últimas semanas, incluindo a invasão de uma conferência onde participava o CEO da TAP; a pintura da fachada da FIL; vários cortes de estradas incluindo a movimentada 2ª Circular em Lisboa;  a pintura da fachada da entrada do prédio da REN em Lisboa.

Outro grupo ativista, Greve Climática, foi responsável por atirar tinta ao ministro do Ambiente.

Uma das mais recentes ações foi quando duas ativistas partiram o vidro de entrada da sede da REN em Lisboa (na foto); um ataque já repudiado pela empresa.

“Esta forma de manifestar convicções é criminosa, atenta contra pessoas e bens de forma perigosa e desrespeita as nossas liberdades e as leis que nos regem. A REN repudia de forma veemente todos os atos de violência e também a manipulação de factos, que toldam o que deveria ser um debate aberto,
franco e transparente sobre um dos grandes desafios que a Humanidade enfrenta”, disse a REN em comunicado no sábado.

  • Notícia atualizada com reação da PSP
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