O regulador do Reino Unido, Financial Conduct Authority (FCA), quer perceber por parte dos grandes bancos porque não conseguem ser tão rápidos na subida dos juros dos depósitos como são na subida dos juros dos créditos.
Como tal, o regulador deu até ao final do mês de agosto como prazo limite para que os bancos que oferecem juros mais baixos justifiquem como é que tal é “um valor justo” para os clientes, deixando o aviso de que irá “tomar medidas robustas até ao final deste ano contra aqueles que não puderem demonstrar o valor justo”.
Esta decisão surge depois do Banco de Inglaterra, que em julho tinha a taxa diretora nos 5%, ter subido a mesma já no mês de agosto para os 5,25%, quando de acordo com o site ‘Moneyfacts’, a taxa de juro média dos depósitos era de 2,43%.
No final de julho, em comunicado, a FCA disse que foram feitos progressos mas que “precisam de ser acelerados” e estabeleceu um plano de 14 pontos para forçar os bancos a “passar as taxas de juro para os aforradores adequadamente”.
Contudo, já antes, no início do mês, o regulador financeiro britânico tinha divulgado um outro comunicado, no qual aponta que “quando muitas pessoas sentem o aperto das taxas de juros e do crescimento dos preços é mais importante do que nunca que sejam oferecidas taxas de poupança justas e competitivas”.
Este comunicado teve também por base uma reunião no início de julho, onde a FCA conversou com os líderes de grandes bancos, como o HSBC, Natwest, Lloys Banking Group e Barclays para entender porque não são tão rápidos na subida dos juros dos depósitos como são na subida dos juros dos créditos.
Uma reunião que se revelou “construtiva” e da qual resultou um compromisso de os bancos “fazerem mais” para que os clientes recebam melhores juros pela sua poupança.
“Queremos um mercado competitivo que ofereça as melhores propostas para os aforradores, em que as taxas de juros sejam revistas rapidamente após as mudanças na taxa diretora e as empresas levem os aforradores a mudarem para contas que remuneram melhor”, afirmou o dirigente da FCA Sheldon Mills, citado no comunicado.
Olhando para o que este cenário significa para Portugal, o Banco de Portugal (BdP), Governo e Presidente da República têm concordado que a remuneração dos depósitos deve aumentar, mas as declarações também têm evidenciado prudência.
O Presidente da República pediu, no início de junho, um “esforçozinho” aos bancos para “tornar mais atraente” o pagamento dos depósitos aos portugueses.
Do lado do Banco de Portugal, o governador defendeu, na apresentação do Boletim Económico de junho, que há “margem para subir” os juros, mas que a decisão não pode ser forçada e que não se pode “empurrar a banca para soluções que no passado só existiram pelos problemas que a banca enfrentava” (pagar elevados juros devido a falta de liquidez), pois é importante “acima de tudo uma banca sustentável”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com