Tal como tem sido habitual, o sector financeiro abriu esta semana as “hostilidades” na última earnings season do ano, que se espera resulte numa contracção dos resultados das empresas na ordem dos -20,5% em relação ao ano passado, o que, na prática, e dada a história recente, deverá acabar por ser uma queda não superior aos -18%, visto as expectativas nos últimos anos terem sido sempre colocadas em baixa para uma surpresa aquando do anúncio.
Mas seja qual for o número final, o trimestre que passou deverá ser o segundo pior desde 2009, em termos de variação de resultados, o que não deixa de ser muito interessante dado que foi em Março desse ano que começou o mais lucrativo e extenso Bull market da história de Wall Street. Com a diferença fundamental de que os índices começaram de um fundo essa caminhada e, neste preciso momento, estão perto de máximos históricos.
Isto leva à seguinte pergunta: qual será a reacção dos investidores quando as empresas começarem a recuperar os resultados “perdidos”, será mais uma perna do actual movimento bullish, ou será altura para uma correcção, dentro da mentalidade de comprar na expectativa e vender na “notícia”?
A resposta provável para esta pergunta é a mesma que justificou o prolongamento do Bull market nos últimos anos, e que permitiu a Wall Street recuperar em tempo recorde das fortes quedas do choque Covid. Ou seja, a enorme bolha de liquidez aliada à disponibilização de dinheiro de forma bastante mais facilitada, cria as condições para uma quase inevitável continuação da tendência ascendente, criando em si uma enorme dor de cabeça para resolver no futuro, como desinflacionar o mercado sem que este caia de um precipício.
Se a história for boa conselheira, esta diz-nos que os investidores são muito rápidos a reagir em baixa e fazem-no quase em uníssono e de forma desenfreada. Isto quer dizer que quando existir a percepção de que os tempos “fáceis” terminaram, o sentimento vai inverter drasticamente, o que pode precipitar uma crise económica, visto que nos EUA a interligação entre a “Main Street” e Wall Street é relevante.
Mas, por enquanto, essa questão ainda é uma miragem, e tal como referiu o CEO da BlackRock à CNBC, Larry Fink, o mercado ainda tem espaço para subir. Foi isso que aconteceu na segunda-feira, estando o panorama esta terça-feira, 13 de Outubro, mais de consolidação do que de puxada por parte dos Touros, até porque é a semana da Apple e da Amazon terem dois dias importantes, o que poderá levar a alguma correcção nesses títulos, caso os investidores fiquem desiludidos com o anunciado pela fabricante dos iPhones e pelo volume no Amazon Prime Day.
No mercado cambial, o US dólar amealha 0,2%, condicionando ligeiramente o sector accionista, enquanto nas matérias-primas é dia de recuperação para o crude, com o WTI a valorizar 2,3% para os $40,33 por barril, após ser conhecido que as importações de “ouro negro” por parte da China aumentaram.
O gráfico de hoje é do GBP/USD, o time-frame é diário.
Este par de moedas está dentro de um padrão de Head&Shoulders invertido que dá ao activo mais algum espaço para valorizar.
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