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Ritmo crescente da pandemia pode colocar país nos 120 casos por 100 mil habitantes em dois meses

A subida do risco de transmissão pode levar o país a ultrapassar os 120 casos por 100 mil habitantes, numa média acumulada de 14 dias, sendo que Lisboa apresenta uma transmissibilidade maior.
  • António Pedro Santos / Lusa
21 Maio 2021, 18h24

Portugal pode experienciar um período de crescimento da pandemia na próxima semana, avisa o Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA), numa altura em que a transmissão comunitária no país é de moderada intensidade, mas a incidência da doença apresenta uma tendência ligeiramente crescente. No seu relatório de monitorização das linhas vermelhas da Covid-19, as autoridades de saúde pedem atenção à situação pandémica nos próximos dias.

Com uma média acumulada a 14 dias de 53 casos confirmados de infeção por cada 100 mil habitantes, o cenário da doença em Portugal apresenta agora uma tendência ligeiramente crescente, como atesta também o risco de transmissão, vulgo R(t), acima de 1. Este indicador encontra-se nos 1,03 a nível nacional, sendo que o valor sobe até aos 1,11 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Assim, o INSA, juntamente com a Direção Geral da Saúde (DGS), alerta que demoraria entre 61 a 120 dias ao atual ritmo para serem atingidos os 120 casos por 100 mil habitantes a nível nacional, a linha vermelha traçada pelo Governo. Para a região de Lisboa, esse cenário seria atingido ao fim de 31 a 60 dias, ou seja, um a dois meses.

Ainda assim, a proporção de testes positivos mantém-se bem abaixo dos 4% definidos como limite, verificando-se uma incidência de 1,2% de positivos. De assinalar ainda que o número de testes caiu nos últimos sete dias.

Simultaneamente, a pressão nos cuidados de saúde é reduzida, registando-se uma tendência ligeiramente decrescente no número de internados em unidades de cuidados intensivos, que se encontram agora a 24% das 245 camas ocupadas, valor definido como crítico.

Foram isolados nas 24 horas seguintes à confirmação de infeção 90% dos casos identificados, sendo que 81% destes contactos foram também contactados e isolados. Já proporção de casos comunicados com um atraso atingiu os 8,4%, sendo o limite os 10%.

Até quinta-feira, 19 de maio, haviam sido detetados 88 casos da variante sul-africana do vírus e 115 da variante brasileira, para as quais parece existir transmissão comunitária. Já da variante indiana foram identificados 10 casos, sendo que há ainda outros 10 associados a duas estirpes distintas. Ainda assim, a estirpe predominante mantém-se a britânica, responsável por 91,2% das infeções.

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