O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov , afirmou que o seu país está disposto a fechar um novo acordo sobre a segurança da navegação no Mar Negro – e já não apenas um acordo semelhante ao anterior, que permitia a navegação comercial da Ucrânia na zona. Os analistas consideram que, tal como indiciavam as partes envolvidas, este acordo pode ser um primeiro degrau para um cessar-fogo mais amplo entre a Rússia e a Ucrânia.
Mas o Kremin quer que os Estados Unidos se comprometam a que a ordem seja transmitida sem hesitações e sem margem para dúvidas pelos Estados Unidos ao presidente Volodymyr Zelensky. Ainda não é conhecida qualquer reação do governo de Kiev à exigência, mas isso será com certeza a parte mais simples do acordo, dado que Zelensky já demonstrou que está disponível para aceitar o que quer que seja que Washington decida sobre o país.
Dizem os analistas que a exigência por parte do regime moscovita resulta do facto de o anterior acordo, que abria o Mar Negro à exportação de cereais produzidos na Ucrânia – patrocinado pela ‘dupla’ Turquia e ONU – ter acabado por fracassar, depois de as duas partes se acusarem mutuamente de não cumprirem o que estava definido. Neste caso, não é difícil concluir-se que foi o Ocidente quem não cumpriu: os cereais passaram a ‘navegar’ pelo Mar Negro para os seus mercados tradicionais – entrando na Europa sem pagar taxas aduaneiras na União Europeia, o que implicou reservas por parte de alguns países do bloco – mas o Ocidente não levantou as sanções que impediam as exportações russas de alguns produtos agrícolas e de fertilizantes. A Rússia acabou por suspender o acordo, que assim entrou em incumprimento em 2023.
“Precisaremos de garantias claras. E dada a triste experiência de acordos apenas com Kiev, as garantias só podem ser o resultado de uma ordem de Washington para Zelensky e a sua equipa fazerem uma coisa e não a outra”, disse Lavrov em comentários a uma cadeia de televisão. Os comentários de Lavrov indicam que a Rússia exigirá um aumento ainda maior da pressão dos EUA sobre Zelensky antes de concordar com um cessar-fogo marítimo. Washington disse anteriormente, pela voz do seu presidente, Donald Trump, que seria um passo importante em direção a uma trégua mais abrangente.
Na sua atualização regular na noite passada, Zelensky disse que “a Rússia continua a ser o único ator que está a prolongar esta guerra, rindo-se tanto do nosso povo como da comunidade global”, ao mesmo tempo que apelou a “ações fortes” para “empurrar a Rússia em direção à paz”.
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