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Santos Silva admite que preços e segurança energética podem “dificultar” o ritmo da recuperação económica

Santos Silva identificou “estrangulamentos” conjunturais que podem dificultar o ritmo e o alcance da recuperação económica, mas mostra-se convicto de que existem oportunidades para Portugal se posicionar nas cadeias de valor, nomeadamente ao nível da mobilidade elétrica e da segurança energética.
8 Novembro 2021, 11h27

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, admitiu que a escassez de matérias-primas e o aumento do preços, bem como os preços da energia e a segurança energética, assim como a escassez em pontos críticos de cadeia de valor podem “dificultar o ritmo” da recuperação económica. Contudo, identifica oportunidades para Portugal face a estes desafios, nomeadamente na área da mobilidade elétrica e do abastecimento e segurança energética.

“A retoma foi muito forte, muito rápida logo que as condições sanitárias o permitiram todos nós começamos a ver o recrudescimento da atividade económica. Só que estes estrangulamentos que vemos podem dificultar o ritmo e o alcance da recuperação económica”, disse esta segunda-feira durante a conferência anual da AICEP “Exportações & Investimento”, relativamente aos riscos identificados.

No entanto, defende que existem oportunidades para o posicionamento de Portugal nas cadeias de valor. “Um exemplo evidente é o da mobilidade elétrica. O exemplo que vai desde a posse de reserva de lítio e exploração verde até à produção e disponibilização de baterias para armazenamento de energia elétrica”, apontou, salientando que “há posicionamento que Portugal pode ter, e terá certamente, no suprimento de uma das necessidades mais evidentes da Europa na sua transição verde e que tem a ver justamente com o nosso posicionamento ao longo de todos os elementos da cadeia de valor da mobilidade elétrica”.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros o abastecimento e segurança energética é outro dos domínios que podem representar uma oportunidade para Portugal face aos riscos atuais. “Temos que garantir a diversificação do nosso abastecimento como temos que garantir a segurança do nosso abastecimento”, disse, vincando que “temos que garantir que a nossa dependência de terceiros e matéria energética não tenha um preço geopolítica demasiado elevado para” a Europa.

“Para que isso seja possível, para nós na Europa, temos que estar muito menos dependente do gás russo, das incertezas geopoliticas do Magreb”, frisou, acrescentando por outro lado a necessidade de estarmos “seguros das rotas da energia, que hoje são tão importantes, da África Ocidental”.

Santos Silva realçou que “em tudo isso posição de Portugal oferece alternativas positivas”.

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