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Seca na África Austral coloca 26 milhões de pessoas em insegurança alimentar aguda

Isto “não pode esperar”, disse Antonella D’Aprile, diretora do PAM em Moçambique, numa conferência de imprensa em Joanesburgo. “O momento de prestar apoio é agora”, acrescentou.
4 Dezembro 2024, 19h24

A seca histórica que afeta a África Austral mergulhou 26 milhões de pessoas numa situação de insegurança alimentar aguda, alertou, hoje, o Programa Alimentar Mundial (PAM), que pede 300 milhões de dólares (286 milhões de euros) de ajuda de emergência.

Isto “não pode esperar”, disse Antonella D’Aprile, diretora do PAM em Moçambique, numa conferência de imprensa em Joanesburgo. “O momento de prestar apoio é agora”, acrescentou.

Angola, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué são os mais afetados. Em muitos locais, os agricultores, que já deveriam ter efetuado as suas sementeiras nesta altura do ano, não o puderam fazer, devido à falta de recursos ou de água para esperar pela nova estação das chuvas.

“Se viajarmos pelo país, só vemos campos vazios… A situação é realmente desastrosa”, descreveu Antonella D’Aprile sobre Moçambique.

“As pessoas têm pouco ou nada para comer”, relatou, acrescentando que “milhares de famílias estão a sobreviver com apenas uma refeição por dia”.

No Malawi, o PAM teve de importar géneros alimentícios para prestar assistência devido à escassez.

“Quase metade da colheita de milho foi destruída pela seca causada pelo El Niño no início deste ano”, disse o representante do PAM no país, Paul Turnbull.

“Os adultos não estão a comer para que os seus filhos se possam alimentar, tirando as crianças da escola e vendendo tudo o que possuem de valor”, afirmou.

A Zâmbia, conhecida como o “cabaz alimentar da África Austral”, está “à beira de uma crise alimentar”, alertou Cissy Kabasuuga, Diretora Nacional do PAM.

Para além desta situação na África Austral, mais de 25 milhões de pessoas enfrentam níveis de emergência de insegurança alimentar na República Democrática do Congo (RDCongo), de acordo com Peter Musoko, representante do PAM no país.

Esta situação é “devida a um cocktail” de conflitos, fenómenos climáticos extremos e crises sanitárias, como as epidemias de Mpox, cólera e sarampo, acrescentou, e “não há alívio à vista”.

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