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Sem medo da inflação, Fed mantém taxa de juro e programa de compra inalterados

A Reserva Federal manteve a taxa de juro diretora, no intervalo entre 0% e 0,25% e o programa de compra de ativos no valor total de 120 mil milhões dólares por mês. A atenção passa agora para a conferência de imprensa de Jerome Powell, às 19h30.
16 Junho 2021, 19h01

A Reserva Federal (Fed) manteve esta quarta-feira inalterada a taxa de juro diretora, no intervalo entre 0% e 0,25%, e o ritmo de aquisições programa de compra ativos, apesar da inflação nos Estados Unidos ter subido para 5% em termos homólogos em maio.

As decisões, que eram esperadas pela maioria dos analistas , foram divulgadas por comunicado depois da reunião de dois dias do Federal Open Market Committee (FOMC).

A subida de preços em maio, que superou a estimativa média de 4,7%, foi impulsionada principalmente pelos preços das commodities, e é o maior crescimento desde os 5,4% que se verificaram em agosto de 2008. Em termos mensais, a inflação norte-americana apresentou uma subida de 0,6%, ficando assim ligeiramente abaixo dos 0,8% observados em abril.

Jerome Powell, presidente da Fed, vê a aceleração da inflação como um fenómeno transitório e pouco significativo, dado que resulta do efeito base, ou seja da comparação com a queda abrupta desse indicador no ano passado, do aumento do consumo devido ao desconfinamento e à vacinação, fomentado também pelos estímulos orçamentais entregues diretamente aos cidadãos.

No entanto, muitos analistas dizem que a subida da inflação, que provocou também uma subida das yields da dívida soberana (as Treasury Notes), poderá levar a Fed a começar a falar no tapering, ou seja a redução gradual do programa de compra de ativos. A maioria dos analistas prevê que essa mensagem possa começar a ser transmitida no Jackson Hole Economic Symposium em agosto.

As últimas mexidas na taxa de juro ocorreram em março de 2020 quando o banco central, liderado por Jerome Powell, cortou a federal funds rate por duas vezes em 12 dias. Primeiro, no dia 3 de março, foi anunciado o corte em em 50 pontos base (p.b.) para 1%-1,25%, e depois, a 15 de março, houve novo corte de 100 p.b., para os níveis atuais.

Desde essa altura, a Fed anunciou o lançamento de diversos estímulos monetários, com destaque para um programa de compra de ativos sem limite de valor ou tempo e que inclui um leque alargado de securities. A instituição liderada por Jerome Powell tem comprado ativos no valor total de 120 mil milhões dólares por mês.

 

 

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